O BTG Pactual é um dos bancos que criam produtos relacionados com Bitcoin no Brasil, mas segundo um sócio da empresa, não há paixão. A fala de André Portilho aconteceu na última quinta-feira (24) durante o evento CIAB Febraban 2021.
Nos últimos anos, o BTG Pactual realizou vários experimentos no mercado de criptomoedas. Segundo seu sócio, tudo começou em 2017, quando o banco estudou pela primeira vez o assunto.
O BTG começou a explorar o mercado de criptomoedas, deixando de lado o viés e críticas que eram encontrados. A primeira experiência prática então veio em 2019, quando o banco emitiu o primeiro token associado a imóveis no Brasil.
“Como instituição financeira, temos que prestar atenção”
De acordo com André Portilho, Sócio do BTG Pactual, o Bitcoin e demais criptomoedas têm muito para amadurecer, mas já é tratado pela instituição como a internet em seu início.
Trabalhando e experimentando a tecnologia, o papel do banco como instituição financeira é estar atento a inovação. Segundo André, a digitalização da economia impulsionou a adoção do Bitcoin no último ano.
Criando fundos alinhados ao Bitcoin, André só pede que sua equipe de análise de criptomoedas no BTG Pactual não trabalhe com paixão pela tecnologia, prestando sempre atenção ao negócio do banco e seus clientes.
“Uma coisa que falo muito para a turma lá, não tem que se apaixonar pela tecnologia, tem que tá apaixonado pelo negócio e o que que isso dá para trazer de produtos e serviços, a forma como a gente faz as coisas”
Pioneiro no setor bancário brasileiro a experimentar a tecnologia, André Portilho, chefe de ativos digitais do BTG Pactual, acredita que o cenário é promissor para as criptomoedas.
Nem mesmo a volatilidade é um grande problema em sua opinião, visto que as moedas digitais ainda são tecnologias novas, sendo este um movimento normal deste mercado, como já foi em outros.
“É comum sempre que você tem uma nova tecnologia, você ter movimento de mercados, formação de bolhas, de volatilidade, que vem junto a isso, aconteceu na internet, na época das ferrovias, entre outros, isso é normal.
Quando você trás isso junto a um movimento macroeconômico de expansão monetária muito grande, a chance de você formar bolhas ao longo do caminho é muito grande.
É importante entender aos criptoativos, isso acontece e já aconteceu diversas vezes na história: 25% das ações da Nasdaq são mais voláteis que o Bitcoin, uma empresa de biotecnologia é mais volátil.”
Para empresas interessadas em trabalhar com o Bitcoin, André destaca que o importante é ter uma abordagem pragmática, entendendo os fundamentos, assim como oportunidades e riscos da tecnologia.
Outros debates em painel destacam avanços da blockchain na B3, criação do real digital e mais
Além de André Portilho, representando o BTG Pactual, participaram do painel na CIAB Febraban 2021 Aristides Cavalcante, Chefe-adjunto de TI no BCB, Keiji Sakai, da R3 e Luis Kondic, Diretor de Produtos da B3.
Nas falas dos especialistas durante o painel “CBDCs, NFTs e stablecoins: qual o impacto dos ativos digitais no mercado”, ainda é possível destacar os avanços que a tecnologia teve no Brasil nos últimos anos.
No caso do Banco Central do Brasil, Aristides comentou sobre o grupo de trabalho que analisa a criação do real digital e o impacto esperado da CBDC brasileira no futuro.
Já Keiji, do consórcio R3, comentou sobre as iniciativas envolvendo blockchain no Brasil e no mundo, que poderão até ajudar bancos centrais a implementar suas criptomeodas nacionais.
Luis Kondic, da B3, lembrou que a bolsa de valores brasileira já listou dois produtos ETF de Bitcoin, e ainda tem o interesse de implementar a blockchain na melhoria de alguns processos.
Por fim, os especialistas ainda comentaram sobre o potencial dos NFTs e mais aplicações da tecnologia blockchain no mundo. O evento, que finaliza nesta sexta (25), foi transmitido pelo canal no YouTube da Febraban, na última quinta (24).
https://youtu.be/YZQxqNmfK5E?t=31051