Você provavelmente se deparou recentemente com imagens de uma suposta carteira (wallet) da moeda digital da China. No entanto, esse assunto não é novo, e os rumores circulam desde abril de 2020. CBDC é o dinheiro emitido pelos Bancos Centrais utilizando um banco de dados centralizado.
Na prática, somem os benefícios de emissão previsível e impossibilidade de reverter transações. No entanto, para os governos, o controle total da circulação monetária possibilita implementar juros negativos e até mesmo limitar onde o dinheiro é gasto.
Por exemplo, bloquear 50% do salário para gastos em alimentação, saúde e moradia, ou colocar uma taxa de 2% mensal para quem tiver mais de R$ 100 mil depositados. Enfim, o céu é o limite para que os governantes tenham ainda mais poder sobre o povo.
Por que o CBDC é bom para criptos?
O sistema centralizado do CBDC permite aos governos restringir acesso a determinados países ou empresas. Se a Apple não pagar o “imposto do aplicativo” no Brasil, o governo pode banir uso de sua moeda digital nesta loja. De maneira similar, o intermediário, tipo cartão de crédito, que continuar oferecendo tal serviço pode ser facilmente cortado do sistema financeiro.
CBDC é um cavalo de tróia, que usa o disfarce de “open banking” para colocar o Banco Central no centro de todas as transações financeiras usando a moeda local. O cidadão vai se revoltar ao perceber que não pode mais comprar a pinga ou bancar a menina que vende peidos no OnlyFans.
Bitcoin não paga cafézinho
Essa retórica é tão antiga quanto “Blockchain sim, Bitcoin não”. Passaram-se 13 anos da invenção, e até hoje não existe 1 único uso de caso da tecnologia fora das criptomoedas. Microsoft e IBM já demitiram as equipes que trabalhavam nisso, mas, óbvio, ainda existe muito golpista vendendo sonhos.
El Salvador, um país da América do Sul, adotou o Bitcoin como uma das moedas oficiais em setembro de 2021. Por lá, é obrigatório aceitar pagamentos na criptomoeda, seja no McDonalds ou no aluguel de um imóvel. Para isso, foi adotada a tecnologia de segunda camada do Bitcoin, Lightning Network.
Por que não stablecoin?
Sem dúvidas, uma maneira de fugir das garras dos governos é apelar para as stablecoins, as moedas pareadas em dólar. Mesmo que se opte por um modelo descentralizado, como Terra USDT (UST) ou DAI, ficará quase impossível convertê-las em CBDC equivalente.
Fica muito simples para o emissor da moeda digital monitorar quem está atuando de exchange ou intermediador p2p, bloqueando esses endereços e valores. Portanto, a tendência é que as pessoas abandonem de vez o sistema fiduciário, garantido para um modelo descentralizado. Desse modo, o Bitcoin estará de braços abertos para receber esses refugiados.