Centenas de empresas comprarão Bitcoin nos próximos meses, diz gestora

Executivo destaca que antes as empresas só contabilizavam as perdas do Bitcoin, mas que agora também poderão registrar os ganhos da criptomoeda. “Sei que parece loucura, mas é verdade. No entanto, sob o ASU 2023–08, isso muda”, comentou Hougan.

Matt Hougan, diretor de investimentos da Bitwise, acredita que centenas de empresas comprarão Bitcoin. Em seu argumento, ele aponta para uma mudança na forma como é feita a contabilidade desses ativos digitais.

Em relação à própria Bitwise, a gestora administra mais de 40.800 bitcoins (R$ 23,9 bilhões) em seu ETF, o qual é o quinto maior do mercado.

“Veremos centenas de empresas comprarem bitcoin para seus cofres nos próximos 12 a 18 meses, e suas compras elevarão o mercado de bitcoin significativamente”, escreveu o executivo.

Bitwise projeta “megatendência” na demanda de Bitcoin por empresas

Segundo dados do Bitcoin Treasuries, hoje 73 empresas públicas e outras 19 privadas investem em Bitcoin. Somando, essas empresas detém mais de 1 milhão de bitcoins em seus caixas.

Como comparação, estima-se que Satoshi Nakamoto possua 1,1 milhão de bitcoins. Já os ETFs detém cerca de 1,3 milhões de moedas em nome de seus clientes, que também podem incluir grandes empresas.

Dados sobre bitcoins nas mãos de governos, empresas e ETFs. Fonte: Bitcoin Treasuries.
Dados sobre bitcoins nas mãos de governos, empresas e ETFs. Fonte: Bitcoin Treasuries.

De todos os investidores institucionais, o destaque fica para a MicroStrategy, que após comprar mais 2.530 bitcoins nesta segunda-feira (13) já acumula 450.000 bitcoins. No entanto, a gestora Bitwise destaca que a empresa de Saylor é apenas a ponta do iceberg.

“Não é apenas a MicroStrategy; é uma verdadeira megatendência, grande o suficiente para inclinar o mercado de bitcoin significativamente para cima este ano.”

Um dos motivos apontados por Matt Hougan, CIO da Bitwise, é uma mudança na forma como esses bitcoins são tratados após a aprovação do ASU 2023–08.

Em suma, antes as quedas de preço desses bitcoins eram registrados na contabilidade dessas empresas, no entanto, desde o dia 15 de dezembro de 2024, os lucros também são contabilizados.

“Antes do início deste ano, o bitcoin era tratado sob o PCGA (Princípios Contábeis Geralmente Aceitos) como um “ativo intangível” sujeito a “testes de imparidade”. Isso significava que as empresas que compravam bitcoin tinham que marcar seu valor em seus livros no momento da compra e, depois, reduzir o valor se o preço caísse. Mas, se o preço subisse, elas não podiam ajustar o valor para cima”, comentou Hougan.

“Sei que parece loucura, mas é verdade. No entanto, sob o ASU 2023–08, isso muda.”

“Agora, se o preço do bitcoin subir, as empresas podem marcar o valor de mercado e registrar um lucro”, continuou Hougan. “Se 70 empresas estavam dispostas a adicionar bitcoin aos seus balanços quando, do ponto de vista contábil, ele literalmente só poderia cair, imagine quantas irão adicioná-lo aos seus balanços agora. Duzentas? Quinhentas? Mil?”

Esse movimento também está sendo observado fora dos EUA. Como exemplo, o Intesa Sanpaolo, maior banco da Itália, comprou 11 bitcoins nesta segunda-feira (13).

Outro ponto observado pela Bitwise é a escassez do Bitcoin. Isso porque enquanto a MicroStrategy comprou 257.000 bitcoins em 2024, apenas 219.829 moedas foram mineradas no mesmo período.

Ou seja, um indicativo de que a demanda é maior que a oferta, impulsionando o preço para cima.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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