No recente Fórum Econômico Mundial em Davos, Jamie Dimon, CEO do JPMorgan, fez declarações polêmicas sobre o Bitcoin, descrevendo a moeda digital como uma ferramenta para atividades ilícitas e comparando a criptomoeda com uma “pedra de estimação”.
Suas palavras, que refletem uma visão crítica constante do Bitcoin, provocaram uma onda de reações no setor financeiro e de criptomoedas.
Vale notar que apesar das críticas de Dimon ao Bitcoin, o JPMorgan tem se mantido ativamente envolvido no mercado de criptomoedas. A instituição financeira é um dos participantes autorizados do iShares Bitcoin Trust (IBIT) da BlackRock, destacando-se como um dos ETFs de melhor desempenho globalmente.
CEO da Coinbase defende Jamie Dimon
Brian Armstrong, CEO da Coinbase, maior corretora de criptomoedas dos EUA, saiu em defesa de Dimon. Ele destacou a importância da participação do JPMorgan no setor, apesar das opiniões pessoais de Dimon.
“Nos conhecemos e o JPM tem sido um grande parceiro para nós. Mesmo que não concordemos totalmente com o Bitcoin, tenho muito respeito por Jamie como CEO e aprendi muito com ele. Na verdade, todos que conheci no JPM foram de primeira linha.” disse o CEO da Coinbase.
We’ve met, and JPM has been a great partner to us. Even if we don’t fully agree on Bitcoin, I have a lot of respect for Jamie as a CEO and have learned a lot from him. Actually everyone I’ve met from JPM has been top notch.
— Brian Armstrong 🛡️ (@brian_armstrong) January 20, 2024
A defesa vem após Dimon solicitar à senadora Elizabeth Warren o fim do Bitcoin, uma posição que ele mesmo reconheceu ser contrária à participação de empresas como a BlackRock em ETFs de Bitcoin.
Dimon também afirmou que esta seria sua última declaração pública sobre o Bitcoin, uma afirmação que gerou debates na comunidade financeira.
“Bitcoin não serve pra nada, é uma pedra de estimação, Só existem casos de uso em lavagem de dinheiro, evasão fiscal e trafico sexual…. agora, essa é a última vez que eu falo sobre bitcoin, eu defendo o direito das pessoas de terem bitcoin, mas meu conselho pessoal é ‘não se envolva’.” — disse o CEO do JPMorgan.
Cathie Wood, fundadora e CEO da ARK Invest, também se pronunciou, lembrando o passado de Dimon como um entusiasta da tecnologia durante a aquisição do Bank One pelo JPMorgan em 2004.
Ela destacou a ironia da atual posição de Dimon em relação ao Bitcoin e sugeriu um encontro entre Dimon e Armstrong.
O episódio ilustra a complexa relação entre o setor financeiro tradicional e o emergente mundo das criptomoedas. Enquanto líderes como Dimon expressam ceticismo, suas instituições continuam a explorar e se envolver ativamente com a inovação, demonstrando uma desconexão intrigante entre opiniões pessoais e estratégias corporativas.