A criptomoeda Petro, idealizada pelo presidente da Venezuela Nicolas Maduro tem trazido grandes problemas aos varejistas do país. Por conta da hiperinflação que assola todo o território, muitas pessoas tem adotado a moeda digital como alternativa ao Bolívar Venezuelano.
Porém, os comerciantes estão se recusando a aceita-la, afirmando que seus fornecedores também não a receberão para reabastecer seus estoques.
O Banco da Venezuela tem tentado instituir a Petro na economia do país, revertendo a taxa de conversão da criptomoeda para antes de determinado bem de consumo ser comprado.
O problema é que a hiperinflação faz o preço de todos os bens aumentarem rapidamente. Isto faz com que os fornecedores não consigam reabastecer os estoques de comércio e varejo com segurança. Consequentemente, há um impasse nas vendas para a população em geral.
De acordo com a diretora executiva do Conselho Nacional de Comércio e Serviços (Consecomercio), Josefina Salvatierra, este problema monetário deixa os varejistas incapazes de reabastecer seus inventários por não ter dinheiro. Segundo ela, a Petro acaba sendo uma farsa para os comerciantes, o que dificulta muito a sua aceitação.
A ideia de Maduro com a Petro
A criptomoeda criada por Maduro é uma tentativa do presidente do país de contornar os graves problemas econômicos que a Venezuela enfrenta. Originalmente, a Petro deveria ser atrelado ao valor do Bolívar Venezuelano, de forma que os dois ativos fossem intercambiáveis. Por decreto presidencial, em julho do ano passado, todos os bancos da nação passaram a comercializar a moeda digital, em uma tentativa da população aderi-la.
Porém, a estratégia parece não ter dado certo, na medida em que o país continua em uma grave crise e há um atraso no processo de liquidar a Petro com o decreto instituído.
Mesmo assim, é possível que o ativo se mantenha forte apesar dos problemas. Isto porque há uma especulação de que a verdadeira intenção de Maduro com relação a criptomoeda é contornar as sansões comerciais impostas pelos EUA, permitindo ao país que continue sua venda de petróleo internacionalmente por meio do ativo digital.