De acordo com uma nova pesquisa divulgada pela Toluna, a confiança dos brasileiros no mercado de criptomoedas tem caído ligeiramente, embora ainda continue acima da média global.
O crescente interesse em criptomoedas ao longo da última década parece estar entrando em nossa vida diária também.
Com marcas mainstream como PayPal e Mastercard, começando a aceitar pagamentos em moeda digital e até instituições como o governo de El Salvador, querendo posicionar-se como player-chave em negócios relacionados com criptomoedas, a popularidade desses ativos cresce.
No final de 2021, empresa especialista em pesquisa de mercado e insights do consumidor, conduziu a primeira onda de um estudo global, que abrangeu 15 mercados para entender como são os hábitos de investimentos em cripto e qual a percepção dos consumidores em relação à segurança e rentabilidade destes ativos financerios.
O estudo foi repetido em ondas subsequentes em junho, agosto, outubro de 22 e fevereiro de 23 para construir uma compreensão contínua do mercado.
Confiança média dos brasileiros em criptomoedas supera a média global, mas tem recuado
Em meio ao Inverno Cripto de 2022, época na qual o preço desses ativos despencou, as percepções e sentimentos dos consumidores globais continuaram a mostrar tendência negativa. Já no primeiro trimestre de 2023, uma melhora na confiança foi percebida.
Contudo, o Brasil parece não seguir a linha dos outros mercados estudados. Isso porque, se por um lado o índice de confiança caiu ligeiramente – de 5,2 em outubro 2022 para 5,1 em fevereiro 2023, ele continua bem acima da média global de 4,4.
E a percepção da segurança desses ativos não sofreu alterações mantendo-se nos 4,7, também por cima da média global de 3,9.
Ao mesmo tempo, apenas 29% dos investidores em cripto no Brasil vendem as suas posições nesses ativos enquanto a média global aponta para 40%.
O risco e falta de compreensão sobre criptomoedas são entraves a popularidade do mercado
Os dados da nova pesquisa indicam que o risco associado e falta de compreensão sobre o mercado cripto permanecem o entrave principal para que haja mais investimento nessa classe de ativos.
No Brasil, 32% dos entrevistados no levantamento da Toluna não entendem nada sobre este universo, 42% acham muito arriscado, enquanto 21% creem que as criptomoedas são investimentos muito voláteis e arriscados.
E como os brasileiros se informam e criam suas percepções sobre o assunto? 45% dos entrevistados acompanham economistas e experts no assunto, 44% pesquisam sobre cripto nas redes sociais, 40% em sites online e 33% em mídias especializadas.
No Brasil atual, o investimento em criptoativos caiu em relação ao ano passado: em junho de 2022, 21% dos brasileiros investiam nestes ativos, em agosto do mesmo ano 22%, em outubro do mesmo ano, 27%, enquanto que em fevereiro de 2023, apenas 22% apostam em bitcoins e afins.
Em outubro de 2022, 34% dos brasileiros sentiam-se curiosos e 23% otimistas em relação às criptomoedas. Mas apesar da turbulência neste mercado nem a curiosidade, nem o otimismo registaram grandes variações: em fevereiro de 2023, a porcentagem da curiosidade ficou nos 33% e o otimismo manteve-se estável nos 23%.
Brasileiros acreditam no longo prazo das criptomoedas
O levantamento também apurou que investidores de mercados desenvolvidos são mais confiantes no potencial de crescimento das criptomoedas no curto prazo e mercados emergentes apostam no crescimento de longo prazo desses ativos.
Os dados mostram que no caso do Brasil não existe diferença: 38% creem no crescimento a curto prazo, e 38% também acreditam no crescimento dos criptoativos a longo prazo.
Outros 36% investem nas criptomoedas para diversificar seu portfólio a par de outros ativos como: stablecoins (3%), ações (59%) e imóveis ou commodities (38%).
No entanto, apesar da cautela em relação às moedas digitais, os brasileiros estão esperando uma nova onda positiva para aumentar novamente os investimentos em bitcoins e outras moedas digitais: em fevereiro de 2023, 33% dos pesquisados afirmaram estar dispostos para apostar nas criptomoedas mais uma vez.