O Bitcoin chegou aos US$ 64.000 por um breve instante nesta quarta-feira (28), mas caiu para os US$ 58.850 em apenas 15 minutos. A queda de 8% foi suficiente para causar grandes prejuízos no mercado de futuros.
Apesar do Bitcoin estar em uma grande alta, 44% em fevereiro, as liquidações de longs (posições compradas) chegam a R$ 1,7 bilhão nas últimas 24 horas, bem próximo do R$ 1,8 bilhão de shorts (posições vendidas) liquidados no mesmo período.
Grande parte das liquidações de longs aconteceu nas últimas 4 horas. Segundo dados da Coinglass, US$ 1,2 bilhão de longs foram liquidados nesta tarde no mercado de criptomoedas.
“Nas últimas 24 horas, 176.426 traders foram liquidados, o total de liquidações chega a R$ 3,5 bilhões (US$ 700,83 milhões)”, escreveu a Coinglass. “A maior ordem de liquidação única aconteceu na OKX — BTC-USDT-SWAP no valor de US$ 9,45 milhões (R$ 47 milhões).”
Na terça-feira (27), o número de traders liquidados era de 80.000, cerca de metade desta quarta-feira (28). Os valores também foram registrados próximos a essa razão, em R$ 1,8 bilhão, a maioria em shorts.
Alta infinita e volatilidade, marcas registradas do Bitcoin, continuam no mercado mesmo com ETFs
Muitos investidores acreditavam que a chegada dos ETFs faria o Bitcoin ficar mais comportado, talvez pela pressão da SEC sobre o mercado. No entanto, o BTC continua sendo o que sempre foi, imprevisível e volátil.
Após perder 16,5% de seu preço com as vendas do ETF da Grayscale, o Bitcoin entrou em uma forte tendência de alta. Nos últimos 33 dias, os ganhos registrados chegaram a 66,2%.
Dentre as explicações está o choque de demanda causado por Wall Street, 10 vezes maior que a oferta dos mineradores, mas também uma teoria de que Jeff Bezos, fundador da Amazon e 3º homem mais rico do mundo, teria comprado R$ 8 bilhões na criptomoeda.
A euforia fez o Bitcoin chegar aos US$ 64.000, quase o mesmo topo de abril de 2021, mas então o mercado colapsou. Em questão de 15 minutos, o Bitcoin ficou abaixo dos US$ 59.000 novamente, causando grandes liquidações de touros.
Segundo dados apresentados pela Coinglass, diversos investidores perderam entre 1 a 4 milhões de dólares em ordens únicas, contribuindo para o total de R$ 3,5 bilhões liquidados nesta quarta.
Um motivo que pode ter causado pânico no mercado foi a queda da Coinbase. Afinal, ela é a corretora usada por gestoras dos EUA por trás dos ETFs de Bitcoin e qualquer falha dessa magnitude é preocupante.
Por fim, o Bitcoin conseguiu se segurar acima dos US$ 60.000, o que é ótimo já que a região pode servir de trampolim para o BTC continuar sua tendência de alta. No momento desta redação, o BTC está cotado a US$ 61.000.
Alta do Bitcoin espanta até investidores antigos
No Twitter, a hashtag Bitcoin é uma das mais comentadas do dia, são mais de 500 mil menções à maior criptomoeda do mercado. Dentre os tuítes é possível encontrar até pioneiros que ainda se espantam com a velocidade do BTC.
Comentando a alta para os US$ 63.000, Fernando Ulrich, sócio da Liberta Investimentos e pioneiro do Bitcoin no Brasil, mostrou-se preocupado com a alta velocidade do mercado, já vista em outros ciclos.
“O nível de preço nunca me preocupa, mas sim a velocidade com que se chega lá”, comentou Ulrich, citando que investidores podem estar comprando apenas por medo de ficar de fora (FOMO, na sigla inglesa). “Porque aí fica muito mais suscetível a quedas fortes no meio do caminho.”
“E tá indo rápido demais nesses últimos dias.”
#Bitcoin $63k
FOMO em curso.
O nível de preço nunca me preocupa, mas sim a velocidade com que se chega lá.
Porque aí fica muito mais suscetível a quedas fortes no meio do caminho.
E tá indo rápido demais nesses últimos dias. 👀
— Fernando Ulrich (@fernandoulrich) February 28, 2024
Por fim, outros aproveitaram para postar memes, principalmente ligados a críticos do Bitcoin, enquanto aproveitavam seus lucros.
“Nós não holdamos rancores. Holdamos Bitcoin e prints.”
Nós não holdamos rancores.
Holdamos #Bitcoin e Prints. pic.twitter.com/5LGSxKnobv— Felipe Escudero (@bitnadaoficial) February 28, 2024