Um banco chileno entrou para a história ao ser o primeiro a permitir que uma corretora de criptomoedas no Chile abrisse sua conta-corrente, deixando para trás anos de discórdia entre essas instituições.
A nova conquista foi comemorada pela corretora Buda, uma das mais antigas do país a trabalhar com a conversão de criptomoedas para moedas fiduciárias.
As corretoras do Chile enfrentam a resistência dos grandes bancos há anos, instituições tradicionais que não liberam que tais plataformas atendam seus clientes. Tramita na justiça local, inclusive, uma acusação de concorrência desleal a pedido das plataformas.
Corretora de criptomoedas comemora abertura de conta em banco chileno pela primeira vez
Na última sexta-feira (28), a corretora Buda comemorou a novidade promissora para o mercado de criptomoedas do Chile, visto que o primeiro banco do país resolveu abrir uma conta para a plataforma.
De acordo com o anúncio da Buda em redes sociais, esse é um marco para que todas as plataformas do país agora consigam apoio para atender seus clientes.
“Nos tornamos a primeira exchange de criptomoedas a abrir uma conta-corrente com o Banco Bci. Este marco marca um novo caminho para o desenvolvimento da indústria de criptomoedas no Chile. Bem-vindo Bci ao novo setor financeiro.”
Nos convertimos en el primer exchange de criptomonedas en abrir una cuenta corriente con el @BancoBci 🎉
Este hito marca un nuevo camino para el desarrollo de la industria cripto en Chile 🇨🇱
Bienvenido Bci a la nueva industria financiera 👏👏👏 https://t.co/LIzqbj7ZLM
— Buda.com (@BudaPuntoCom) October 28, 2022
Para atender às corretoras de criptomoedas chilenas, o banco BCI mudou sua estrutura e acredita que pode prevenir quaisquer problemas que venham a surgir das operações.
Em conversa com o “Diario Financiero”, jornal local do país, o banco criou um protocolo para atender as corretoras com base no GAFI, ou seja, prevenindo lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo.
Assim, qualquer outra corretora que quiser abrir uma conta na instituição, as boas práticas devem ser seguidas para evitar problemas.
De qualquer forma, como desde 2018 as corretoras brigavam para ter acesso ao sistema financeiro tradicional, a primeira porta já se abriu, e o banco informou que terá uma equipe especializada para acompanhar seus novos clientes.
Chile quer regular o mercado de criptomoedas
Aguardando sanção do presidente Gabriel Boric, o Chile tem um projeto de lei que regula as criptomoedas aprovado pela Câmara dos Deputados neste mês de outubro de 2022.
Assim, é provável que as regras, que também devem afetar as fintechs, possam dar clareza maior para que bancos atendam as corretoras.
Mesmo antes da sanção, um banco já abriu uma conta para uma corretora, o que não deixa de ser uma conquista para o mercado cripto chileno, que há anos sofre com a falta de suporte de bancos para manter suas operações.