Corretora de criptomoedas rejeita proposta da DCG e amplia crise

DCG já investiu em empresas da América Latina e na principal mantenedora do bitcoin.

A corretora de criptomoedas Bitvavo, que tem sede na Holanda, rejeitou uma proposta enviada pela Digital Currency Group (DCG) para conter parte da crise instalada no mercado de criptomoedas. Dona de inúmeras empresas do setor, como Grayscale, Genesis e Coindesk, a possível falência da DCG preocupa investidores.

Caso se confirme, pode ser a primeira maior falência do mercado em 2023, ano que começa com tensão.

Isso porque, a falência da DCG pode causar uma reação em cadeia, com vários de seus credores aguardando por mais esclarecimentos. Entre as empresas que possuem dinheiro com a DCG estão corretoras como a Gemini, que pertence aos “gêmeos bilionários do Facebook”.

Em 2021, o mercado de criptomoedas já conhecia a importância da DCG, mas agora teme que seu fim contamine ainda empresas e investidores.

Corretora de criptomoedas da Holanda nega acordo com DCG e quer todo dinheiro de uma só vez

Um dos credores da DCG, a Bitvavo, disse que recebeu uma contra-proposta da DCG para reaver apenas 70% de seu capital. Segundo a DCG, esse é o valor pode ser liberado no curto prazo.

Contudo, causou revolta nos administradores da corretora de criptomoedas holandesa a proposta, visto que eles acreditam que a DCG tem capital para honrar com seus compromissos.

“Dia 9 de janeiro, recebemos uma contra-proposta da DCG oferecendo-se para pagar pelo menos 70% do valor em aberto em um prazo aceitável para a Bitvavo. O valor restante ainda está em discussão com a DCG, uma vez que só está disposta a reembolsar parte dentro de um prazo aceitável para a Bitvavo. Nós, como credores, não consideramos este último aceitável porque a DCG tem recursos suficientes disponíveis para o reembolso total.”

De acordo com a Bitvavo, ainda que a DCG entre com processo de falência e não cumpra com suas obrigações, os clientes da corretora de Amsterdã não correm risco com seus investimentos.

Vale lembrar que, em 2022, muitas corretoras quebraram após o colapso da criptomoeda Terra (LUNA), e depois novamente quando a FTX ruiu. Ou seja, o mercado segue apavorado com as reações em cadeias, que podem afetar clientes de outras plataformas indiretamente.

Problemas da DCG podem causar problemas na América Latina

Além de possuir grandes empresas do setor, a Digital Currency Group também investe em corretoras e plataformas de criptomoedas.

Ou seja, é possível que os problemas vão além das empresas próprias e credores, e podem chegar até na América Latina. Na região, uma das empresas investidas pela DCG é a Ripio, com sede na Argentina, mas com grande mercado no Brasil, inclusive com a Bitcoin Trade, outra de suas empresas. Procurada, a Ripio não quis comentar sobre o assunto ao Livecoins.

Mas a crise global da empresa pode afetar até a gigante Blockstream, que hoje controla parte do desenvolvimento do bitcoin. Ou seja, uma grande empresa corre riscos de insolvência no setor e pressiona o mercado no início de ano.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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