O cofundador do Ethereum, Vitalik Buterin, relembrou o que lhe fez apaixonar pela tecnologia descentralizada de autossoberania. Tal desabafo surgiu em seu blog pessoal onde compartilha suas reflexões e desejos.
Para começar sua linha de raciocínio, ele destacou seu passado quando ainda defendia e curtia a comunidade do Bitcoin. Assim, Buterin se lembrou com alegria de ver os primeiros comércios aceitando a moeda digital, seja na Alemanha ou Estados Unidos.
“Uma das minhas lembranças favoritas de dez anos atrás foi fazer uma peregrinação a uma parte de Berlim chamada Bitcoin Kiez: uma região em Kreuzberg onde havia cerca de uma dúzia de lojas a algumas centenas de metros uma da outra que aceitavam Bitcoin para pagamentos“, destacou Vitalik.
O seu texto segue com uma reflexão alinhada a antigas memórias, onde se discutia menos o preço do bitcoin e mais sua tecnologia promissora. E o cofundador do Ethereum defendeu que seu projeto caminhe para uma visão de liberdade na sociedade e na economia, melhorando o mundo.
“A razão pela qual trago essas memórias é que elas me lembram de uma visão mais profunda subjacente a cripto: não estamos aqui apenas para criar ferramentas e jogos isolados, mas sim construir holisticamente em direção a uma sociedade e economia mais livres e abertas, onde as diferentes partes – tecnológico, social e econômico – encaixam-se uns nos outros.”
“Desde 2017 deixamos em segundo plano o que realmente importa”, lamentou Vitalik
Com a popularização das criptomoedas e do bitcoin, muitos planos foram alterados por quem desenvolve soluções no mercado. De acordo com Vitalik, desde 2017 alguns “erros” foram cometidos, ainda que não propositais.
Um deles seria abandonar a visão de buscar uma maior liberdade para os usuários, ao invés de focar em meios de pagamentos ligados centralizados e infelizmente ainda ligados ao sistema financeiro tradicional.
“Em muitos países, as pessoas utilizam criptomoedas para enviar e poupar dinheiro, mas muitas vezes fazem-no através de meios centralizados: através de transferências internas em corretoras centralizadas ou negociando USDT em Tron.”
Seguindo com sua análise, Buterin ainda declarou que a Web3 corre o risco de repetir a Web2, situação que ele vê como mais um erro. “Resistir a estas pressões é difícil, mas se não o fizermos, corremos o risco de perder o valor único do ecossistema cripto e de recriar um clone do ecossistema web2 existente com ineficiências e passos adicionais“, alertou.
Vale lembrar que o Bitcoin está completando 15 anos de vida neste ano de 2024, com aniversário no dia 3 de janeiro, e segue com a proposta de levar a filosofia cypherpunk ao futuro. Ao que tudo indica, pelo menos parte da comunidade Ethereum também deseja perseguir o sonho de um mundo melhor via códigos criptografados seguros.
Make Ethereum cypherpunk againhttps://t.co/qEiOcZLEeg
— vitalik.eth (@VitalikButerin) December 28, 2023