Após a invasão da Ucrânia pela Rússia, as negociações de criptomoedas aumentaram em ambos os países, segundo um recente relatório divulgado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). O estudo apresentou pontos sobre o conflito e sua extensão ao mundo.
Intitulado “Relatório de Estabilidade Financeira Global: Ondas de choque da guerra na Ucrânia testam a resiliência do sistema financeiro“, o documento foi liberado nos últimos dias.
Este estudo é uma pesquisa global lançada duas vezes ao ano, sempre na primavera e outono, dando destaque a vários assuntos.
Segundo o manual da publicação, todas as informações contidas no artigo refletem os principais temas discutidos no World Economic Outlook (WEO) do FMI, com a colaboração dos diretores executivos do órgão.
Negociações de criptomoedas aumentaram na Rússia e Ucrânia após início da guerra, diz FMI
Em uma discussão recente, uma integrante do FMI disse ser impossível banir as criptomoedas, sendo inclusive inútil essa ação. Mesmo assim, o órgão continua a monitorar o mercado e as empresas que se envolvem com ele.
E no estudo publicado pelo FMI nos últimos dias, dois gráficos mostram que a população local buscou as corretoras centralizadas para negociar a criptomoeda Tether, que tem seu valor ligado ao Dólar.
A busca por criptomoedas em ambos os países foi maior após o início da guerra, mas cresce desde o início da pandemia, inclusive no Brasil, destacou o FMI.
No estudo, o FMI pede que governos que estão impondo sanções contra a Rússia fiquem atentos a atividade de mineração de criptomoedas por empresas que estão banidas do sistema financeiro mundial.
Apesar do alerta, a própria autoridade reconhece que a atividade não registra crescimento em países com sanções, como Rússia e Irã.
“Neste ponto, a participação da mineração em países sob sanções e o tamanho geral das receitas de mineração sugerem que a magnitude de tais fluxos é relativamente contida, embora os riscos à integridade financeira permaneçam.”
Outro setor que aparece no relatório e que o FMI monitora é o DeFi, que é um dos próximos setores a ser alcançado pela regulação mundial. Este termo aparece 150 vezes no relatório do fundo, indicando que ele poderia ser mais perigoso que o próprio Bitcoin ao sistema financeiro mundial
Foco na regulação de emissores de stablecoins e corretoras de criptomoedas
Além de citar o crescimento do uso de stablecoins em corretoras na Rússia e Ucrânia, fica claro para o FMI que o foco tem que ser dado a empresas do mercado.
Segundo uma publicação da autoridade pelo Twitter, faltam entidades centralizadas para regular e fiscalizar as finanças descentralizadas.
Assim, o foco deve ser nas empresas que trabalham com o mercado, principalmente aqueles que habilitam o ecossistema de criptomoedas.
A falta de entidades centralizadas para reger as finanças descentralizadas dificulta a regulação e supervisão. A regulação deve-se focar nos elementos que habilitam o ecossistema de criptoativos, como emissores de stablecoins e bolsas centralizadas. #GFSR https://t.co/RVxb3XrjFQ pic.twitter.com/yQHAdXwU7P
— FMI (@FMInoticias) April 14, 2022
Em 2021, o presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, já havia indicado que apenas as corretoras seriam fiscalizadas, mostrando que esse é o entendimento mundial sobre o assunto, pelo menos nessa primeira fase da regulamentação pelos países.