Na última quarta-feira (9), foi deflagrada uma operação que visa desarticular grupos criminosos envolvidos em fraudes bancárias estruturadas e lavagem de dinheiro. A ação se deu de forma conjunta pelos Cybergaecos de Santa Catarina, São Paulo e Goiás, contra hackers que vinham atacando bancos brasileiros.
Ao todo, foram expedidos seis mandados de prisão temporária e 59 mandados de busca e apreensão, com ordens sendo cumpridas simultaneamente nos três estados.
Em Santa Catarina, a investigação, conduzida pela 2ª Promotoria de Justiça de Porto Belo, foca em um grupo estabelecido na região, com mandados expedidos pela Vara Regional de Garantias de Balneário Camboriú. O nome da operação remete a um termo de origem judaica.
Operação Cabala: CyberGAECO manda bloquear bens de hackers, inclusive criptomoedas e contas bancárias
Segundo as investigações, os criminosos exploraram uma vulnerabilidade no sistema de controle de garantias de uma instituição financeira para realizar transações fraudulentas por meio de contas registradas em nome de “laranjas”.
Além disso, eles utilizavam dispositivos de cobrança atrelados a estabelecimentos fictícios para simular transações legítimas. Estima-se que os grupos tenham obtido cerca de R$ 3,5 milhões de forma ilícita, que foram reinseridos na economia em benefício dos envolvidos.
De acordo com o Ministério Público de Santa Catarina, a decisão judicial da Vara Regional de Garantias de Balneário Camboriú também determinou a indisponibilidade de ativos financeiros, bens imóveis, veículos e embarcações pertencentes aos suspeitos de integrarem o grupo criminoso que agia em Santa Catarina.
Na decisão, a justiça determinou também a proibição de movimentação de criptomoedas, até o limite estabelecido pelo ganho ilícito auferido. A investigação continua sob segredo de justiça.
Entenda a diferença entre GAECO e CyberGAECO, divisão de combate a crimes cibernéticos
Em nota ao público, o MPSC divulgou os detalhes da Operação Cabala e aproveitou para explicar as diferenças entre o GAECO e o CyberGaeco.
O Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO) é uma força-tarefa composta, em Santa Catarina, pelo Ministério Público, Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Penal, Receita Estadual e Corpo de Bombeiros Militar, e tem como finalidade a identificação, prevenção e repressão às organizações criminosas.
Já o CyberGAECO é uma força-tarefa especializada, inserida na estrutura do GAECO, formada por integrantes do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), da Polícia Civil, da Polícia Militar, da Polícia Penal, da Polícia Rodoviária Federal e do Corpo de Bombeiros Militar, para identificar, buscar prevenir e reprimir infrações penais praticadas em ambientes virtuais.