Na última quinta-feira (15), um representante da empresa Davati fez um depoimento na CPI da Pandemia e citou até o Bitcoin. Pouco depois, Cristiano Carvalho acabou entrando em contradição de sua própria afirmação.
Convocado pelos senadores para explicar mais detalhes sobre compras de vacinas pelo governo federal, Cristiano Alberto Carvalho foi o participante que representou a empresa Davati.
Em dado momento, Cristiano acabou falando sobre o Bitcoin, que teria sido utilizado para negociações da vacina.
“Não. Nisso aí eu até fui questionado pela imprensa. Aparentemente, eles estavam fazendo negociações de bitcoins, bitcoins. Eles queriam movimentar o dinheiro, acredito que do Blanco, para comprar bitcoins e para depois comprar vacinas. Aparentemente foi isso.”
O caso acabou chamando a atenção dos senadores para um possível esquema de propina envolvendo a criptomoeda em um momento delicado das negociações por vacina pelo governo brasileiro.
Questionado se sabia informar mais detalhes sobre a compra de vacina com Bitcoin em um possível esquema de lavagem de dinheiro, Cristiano acabou recuando e pediu que essa pergunta seja feita ao governo federal e ao Tenente-Coronel Blanco.
“Excelência, essa é uma boa pergunta para a senhora fazer ao Governo… Ao Tenente-Coronel Blanco. Eu desconheço essa negociação e nunca fiz esse tipo de tratativa. E, se ele fez e ofereceu isso para lavar dinheiro, ele tem que ser punido aqui dentro do Brasil.”
Até aqui, nenhuma novidade para quem acompanhou a aparição do Bitcoin na CPI da Pandemia.
Cristiano se contradiz em depoimento da CPI da Covid sobre uso do Bitcoin em esquema fraudulento
Apesar de informar que houve negociações da vacina com Bitcoin, Cristiano continuou seu depoimento. Em menos de uma hora, o representante da Davati acabou mudando totalmente o que havia dito anteriormente.
Isso aconteceu por volta das 13:50 da tarde, quando Cristiano foi questionado pelo Senador Marcos Rogério (DEM-RO), sobre o real uso do Bitcoin nas negociações.
“Quem falou de bitcoins e em que situação? Esse comissionamento seria pago por bitcoins, é isso?”
A dúvida do parlamentar seria sobre uma fala do representante, em que teria afirmado que houve negociações com Bitcoin. Ele foi perguntado sobre quem falou de Bitcoin e em qual situação da negociação de vacinas.
Apurado então pelo novo questionamento, Carvalho afirmou que não houve menção do Bitcoin nas tratativas para compra de vacina, mas que isso era apenas outro negócio particular entre o Tenente-Coronel Blanco e Dominguetti.
“Não, isso não existe. Isso aí é uma conversa entre o Tenente-Coronel Blanco e o Dominguetti. Negócios privados deles.”
Ao ver a recusa do representante sobre o envolvimento do Bitcoin no caso, Marcos Rogério voltou a pressionar o depoente.
“Não tem nada a ver com a questão da negociação da vacina?”
Em resposta, Cristiano Carvalho afirmou que não há nenhuma relação do Bitcoin com a compra de vacinas, reforçando isso com veemência.
“Não, absolutamente nenhuma.”
De fato, fica a dúvida ainda sobre o caso, mas é claro que o representante da Davati se contradisse na sua declaração na CPI da Pandemia, quando havia falado que o Bitcoin teria sido utilizado, mas depois falou totalmente o contrário.