Um deputado estadual pelo Partido dos Trabalhadores (PT), em Minas Gerais, disse que as criptomoedas estão falindo e devem ter seu uso cerceado, assim como foi feito pela China.
A fala ocorreu durante a despedida do mandato do deputado estadual Virgílio Guimarães (PT-MG), em Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, na terça-feira (13).
Como foi candidato a Suplente ao Senado Federal de Alexandre Guimarães (não eleito) em 2022, Virgílio se despede de seu atual mandato, ainda com indicações de que deve continuar na vida pública.
No passado, além de ex-deputado estadual, Virgílio foi deputado federal e vereador de Belo Horizonte. Atualmente, ele acompanha as atividades do Governo de Transição de Lula em Brasília.
Citando “império que está chegando”, Deputado Estadual do PT diz que criptomoedas estão falindo e que Brasil deve adotar postura similar a da China
O mercado de criptomoedas global passa por problemas associados às empresas que atuam fornecendo serviços de custódia e intermediação de negociações, chamada de corretoras.
Com o colapso de algumas plataformas, a cotação de várias criptomoedas operam em queda, enquanto a desconfiança de investidores quanto ao mercado aumenta.
Para o deputado estadual Virgílio Guimarães, o mundo assiste à falência das criptomoedas, um setor da economia que deve ser melhor vigiado com o início de um novo governo no Brasil.
De acordo com ele, o Brasil deve adotar uma postura similar a da China, fechando as portas para as criptomoedas, moedas estrangeiras e meios de pagamentos informais.
“Mais do que isso, eu acredito muito no avanço de nossa tecnologia. Vamos cercear os aspectos de utilização econômica para a prática dos crimes. Nós temos condições de caminhar rapidamente para uma formalização da economia, quem sabe ainda no nosso horizonte visível de curto prazo. Assim como estamos assistindo à falência das criptomoedas, veremos finalmente o império, como está já próximo, em alguns países do mundo como a China e outros, de ter a formalização total da economia, e de por fim às moedas estrangeiras, às criptomoedas e aos pagamentos informais.”
A fala ocorreu após elogios ao futuro ministro de Lula, Flávio Dino, que deve trabalhar pelo desarmamento do Brasil.
Deputado reconhece que moedas em espécie estão com dias contados e defende que Lula deve trabalhar para construir a “paz social”
O deputado estadual de despedida reconhece que as moedas em espécie estão com os dias contados. Assim, ao adotar formas globalizadas de dinheiro, ele acredita que toda a economia brasileira deve ser formalizada.
“As moedas manuais, as moedas sonantes têm o seu dia marcado. Teremos que ter finalmente a totalidade da nossa economia formalizada, desde que essa globalização venha junto com a proteção da privacidade do cidadão, venha junto com os regimes de trabalho adequado, venha junto com as possibilidades de investimento e do crescimento econômico e das liberdades adequadas para o investimento, para o pagamento e para o crescimento.”
De acordo com Virgílio Guimarães, o Brasil é hoje um dos líderes do mundo em tributação e atividades bancárias.
De tal forma, ele acredita ser necessário coibir as “quase moedas”, principalmente aquelas utilizadas em crimes.
“É um dos líderes, quem sabe, é um dos três ou quatro países mais avançados nesse ponto, e com um pé colocado no fim da moeda manual, no fim do dinheiro que não seja o escritural. Será um elemento importante para combater o principal móvel da criminalidade: o assalto, o sequestro e outros mais.
É claro que isso implicará também regulamentar e, em alguns casos coibir, as quase moedas, a utilização da moeda estrangeira, a formalização da economia num todo. Isso faz parte do sonho, mas também fará parte das inovações que o Brasil espera do futuro governo.
Não é um governo para repetir os feitos sociais e econômicos do governo Lula, mas um governo que vai construir, desde já, uma parte daquilo que esperamos no futuro. A paz social, junto com a paz pessoal e o desarmamento equilibrado de cidadãos com o desarmamento da segurança, a confiança desses mesmos cidadãos, fazem parte das metas de nosso país.”
Como a China lidou com o Bitcoin?
A China lidou com o bitcoin e demais criptomoedas de uma forma objetiva: banindo todas suas transações. Ademais ao banimento como meio de pagamento, a população acabou proibida de negociar em corretoras.
Além disso, a atividade de mineração de bitcoin foi banida da China, em 2020, empurrando para fora de suas fronteiras a atividade.
Não está claro se a forma de lidar com o mercado é a melhor. No entanto, o Projeto de Lei 4.401/2021, aprovado pelo Congresso Nacional e em vias de sanção pelo Presidente Jair Bolsonaro, até o dia 21 de dezembro de 2022, deve regular as empresas do setor no Brasil e prevenir medidas totalitárias contra o mercado.