Desesperados, clientes da FTX subornam funcionários para reaver fundos

O desespero está relacionado as consequências do pedido de falência da FTX

Conforme processos de falência podem se estender por anos, alguns clientes lesados pela FTX estão buscando métodos alternativos (e ilegais) para recuperar suas criptomoedas.

Alguns deles estariam até mesmo subornando funcionários da FTX para conseguir fazer KYC em suas contas. Tal brecha está ligado as leis das Bahamas, país sede da FTX.com.

Em suma, residentes das Bahamas possuem o direito de sacar seus fundos, o que obrigou a corretora a normalizar os saques (ao menos para bahamenses) mesmo após ter pausado as retiradas enquanto enfrentava problemas de liquidez.

Um dos casos relatados pelo Protos mostra um usuário oferecendo US$ 100.000 (cerca de meio milhão de reais) para verificar a sua conta. Na sequência, é possível ver saques equivalentes a US$ 2,1 bilhões (R$ 11 bi) ligados a esta pessoa.

“Se alguém me ajudar a fazer KYC na FTX, estou dando US$ 100 mil. Já enviei tudo, preciso que alguém da FTX processe [os documentos].”

Tuíte apagado de usuário subornando funcionários da FTX.
Transações de R$ 11 bilhões em USDT mostram que tática pode ter funcionado.

Clientes também estariam usando mercado de NFTs da FTX para sacar fundos

Outra brecha utilizada por clientes desesperados da FTX foram NFTs. Em suma, usuários estavam usando suas fortunas presas para comprar NFTs de bahamenses, para eles sacarem o valor envolvido na negociação, possivelmente pagando uma taxa aos mesmos.

— As contas das Bahamas podem retirar seu saldo FTX
— As pessoas estão fazendo acordos com eles para retirar seus fundos
— Com saques bloqueados, NFTs estão sendo negociadas por milhões (cerca de 8 dígitos)
— NFTs estão sendo usados como uma ponte para transferir fundos

Outro tuíte aponta que um NFT de 1 dólar foi vendido por US$ 345.000 (R$ 1,8 milhão), mas não é o único já que negociações mostram outro NFT negociado por US$ 2,5 milhões, um valor totalmente fora da realidade.

NFT de US$ 1 é vendido por US$ 345.000 na FTX.

Por fim, o desespero está relacionado as consequências do pedido de falência da FTX. Afinal, além de burocrático e lento, também significa que as partes lesadas não irão recuperar todo seu saldo.

De qualquer forma, especialistas apontam que as práticas acima são ilegais. Ou seja, tais usuários podem ter conseguido reaver seu dinheiro de imediato, mas é possível que sejam punidos em breve.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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