Conor Grogan, diretor da corretora Coinbase, encontrou o equivalente a R$ 1,5 milhão em uma carteira de criptomoedas esquecida. A fortuna pertencia a uma pessoa que perdeu todo seu capital durante um hack em 2019.
A investigação foi compartilhada através do Twitter, onde Conor narrou a sua jornada. Além dos fundos acima, o executivo também encontrou outros R$ 3,7 milhões ligados a corretora Poloniex.
Segundo o executivo, diversas pessoas não sabem que possuem saldos de airdrop ou forks. No entanto, é necessário cuidado para não cair em golpes, ou seja, a sugestão é evitar o download de carteiras desconhecidas na tentativa de recuperar tais fundos.
Investidor havia perdido todas suas economias em hack, mas destino lhe trouxe R$ 1,5 milhão
Em 2016, a rede do Ethereum (ETH) se dividiu em duas, criando o Ethereum Classic (ETC). Ou seja, todos holders de ETH receberam ETC na razão de 1:1 no mesmo endereço.
No entanto, Conor Grogan, diretor da Coinbase, aponta que “muitas pessoas não sabem disso” e acabam deixando fortunas sobre a mesa. Compartilhando um tuíte de fevereiro, o executivo lembra de quando encontrou 23 ETH (R$ 210.000) para um usuário.
“Esquecer que você tem fundos onchain (ou não acompanhar os airdrops) é comum.”
Em sua nova investigação, Conor conta que acessou as carteiras mais ricas de Ethereum Clasic, procurando por contas que nunca tocaram em seus saldos de ETC.
“Encontrei cerca de 20 carteiras com saldos significativos de ETC (mais de US$ 250.000) e nenhuma atividade”, comentou Conor. “Então passei um tempo vasculhando cada um, esperando encontrar alguma maneira de localizá-los.”
“A marcação [de endereços] não era boa no Ethereum em 2016 e a maioria da atividade que contém informações pessoais (ENS’s, NFTs, Twitter) ainda não existia.”
Analisando os mínimos detalhes, Conor encontrou um token ligado a um golpe de airdrop e, cruzando informações, conseguiu encontrar o dono da carteira esquecida.
“Acontece que o dono da [carteira] 0x475 teve todas suas economias roubadas por um hacker em 2019 e estava em uma batalha legal com seu provedor de segurança cibernética e também com a Bitfinex.”
Com as informações em mãos, Conor entrou em contato com o dono da carteira esquecida. “Espero fazer o seu dia”, comentou o executivo enquanto aguardava uma resposta.
“Atualização: eles não sabiam desses fundos!”, tuitou Conor, compartilhando um trecho da conversa.
“Nunca soube que isso existia!”, escreveu o dono da carteira. “Obviamente, ouvi falar de ETC, mas não sabia que o mesmo endereço se aplicava.”
Na data do hack, a vítima havia perdido US$ 12 milhões (R$ 58 milhões) em EOS, uma criptomoeda criada em 2017. Ainda que os R$ 1,5 milhão em ETC sejam uma quantia muito menor, isso deve ter animado seu dono.
Por fim, Conor também encontrou diversas carteiras da corretora Poloniex com saldos em ETC que jamais foram tocados. Uma delas, por exemplo, possui 40.041 ETC, equivalente a R$ 3,75 milhões.