Segundo Michael Burry, o homem conhecido por prever a crise de 2008, o Dólar não é uma moeda forte, mesmo com várias opiniões indicando isso. A crítica do lendário investidor sobre a moeda emitida pelo Banco Central dos Estados Unidos tem relação com a fase inflacionária da moeda local.
O dólar também é conhecido como a reserva de valor internacional, desde 1944, quando ocorreu a Conferência de Bretton Woods.
No entanto, nos últimos anos a moeda norte-americana não passa por um bom momento na economia global, já recebendo concorrentes fortes na briga como novo padrão fiduciário, como o Yuan chinês, por exemplo.
“Dólar não é uma moeda forte, basta ir ao mercado”, diz Michael Burry
Mesmo como padrão mundial, o Dólar tem perdido força com as crises em seu valor nos últimos anos. E o fenômeno que pressiona a moeda nos últimos meses é a inflação, que saiu do controle do FED, o banco central dos EUA.
Essa perda no poder de compra com a moeda dos EUA já preocupa pessoas por todo o mundo, principalmente daqueles países que tem reserva grande em USD.
E para Michael Burry, o Dólar não é uma moeda forte, sendo apenas boa em relação às outras moedas fiduciárias, como o Real, por exemplo. Segundo ele, o preço das mercadorias poderiam ser uma prova da perda de força do Dólar.
“Quando você vê menção ao dólar forte, o todo-poderoso dólar, lembre-se que isso é apenas em relação a outras moedas fiduciárias. O dólar não está nada forte e não está ficando mais forte. Todos nós vemos isso todos os dias nos preços de tudo.”
Moedas fiduciárias (Fiat Money) são aquelas emitidas por bancos centrais sem lastro em ouro ou qualquer ativo, dependendo da confiança da população no controle desses mecanismos. Ou seja, embora todo o sistema global de moedas podem ser ruins, segundo Michael Burry, que tem como o Dólar sua maior referência.
Reservas do Banco Central do Brasil de divisas detém maior parte em Dólar
Em dezembro de 2021, o Banco Central do Brasil divulgou que a reserva do Brasil em Dólar teve uma menor participação, aumentando a proteção contra crises. A posição em ouro foi aumentada em 2,25%, assim como em outras moedas fiduciárias, indicando que o BC brasileiro já diminuiu, ainda que discretamente, as reservas na moeda norte-americana.
“Em dezembro de 2021, a alocação por moedas das reservas se dava da seguinte forma: 80,34% em dólar norte-americano, 5,04% em euro, 4,99% em renminbi, 3,47% em libra esterlina, 2,25% em ouro, 1,93% em iene, 1,01% em dólar canadense e 0,97% em dólar australiano.”
Dessa forma, fica claro que não só Michael Burry está atento a perda de força do Dólar, que pode ser uma moeda que passa por mau momento.
Apesar de não confiar no Dólar, Burry também não gosta do Bitcoin e nem das criptomoedas, que já foram tecnologias alvo de críticas pelo famoso analista retratado no filme A Grande Aposta, com seu papel sendo interpretado pelo ator Christian Bale.