O fundador da extinta corretora de Bitcoin, BTC-e, foi condenado a cinco anos de prisão por lavagem de dinheiro. A corretora é uma das primeiras do mundo, tendo iniciado suas atividades atividades em 2011 e durado até julho de 2017, quando Alexander Vinnik foi preso por suspeita de diversos crimes.
O russo foi preso em 2017 em um resort perto de Thessaloniki, na Grécia, a Rússia e os EUA pediram a extradição de Alexander, mas ele acabou sendo condenado na França nesta segunda-feira (07).
Depois que o russo foi preso, a corretora saiu do ar e o domínio foi confiscado pelo FBI. A plataforma foi reiniciada com o nome WEX, mas o site também saiu do ar depois de um ano.
Os EUA ainda querem julgar Alexander. Mas como ele já foi julgado na França, a questão pode ficar difícil. Talvez as autoridades do país querem apenas colocar as mãos em seus milhares de bitcoins escondidos em algum lugar.
A BTC-e era uma corretora que qualquer pessoa podia negociar sem a necessidade de se identificar. Esse foi o motivo principal de várias autoridades investigarem o negócio. O fundador da empresa era também o responsável por tudo o que acontecia na plataforma.
De acordo com a BBC russa, o tribunal francês considerou Alexander culpado de lavagem de dinheiro, sendo parte de uma “organização criminosa” e “fornecimento de informações falsas sobre a origem dos recursos”.
Por seus crimes, o russo foi condenado a cinco anos de prisão e terá que pagar uma multa de 100.000 euros (R$ 617 mil).
Ransomware
O dono da corretora de Bitcoin é acusado também de extorsão, conspiração e de operar um ransomware conhecido como Locky, mas o tribunal decidiu retirar essas acusações.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) afirmou que o russo foi responsável pela lavagem de mais de US $ 4 bilhões. Ele também foi indiciado pelo DOJ por “invasão de computador, golpes de ransomware, esquemas de roubo de identidade” e outros ataques hacker.
Ele é acusado de estar por trás de um esquema de 135 milhões de euros ($ 160 milhões) que utilizava ransomware e Bitcoin.
Os promotores franceses dizem que o Russo criou o ransomware “Locky”. As vitimas eram instruídas a pagar o resgate exigido em bitcoin por meio da sua própria corretora, a BTC-e.
Alexander nega as acusações e seus advogados estão avaliando a possibilidade de apelar. De acordo com seus advogados, ele está sendo preso por ser um “gênio da blockchain” e ser visto como uma “ameaça ao sistema financeiro global.”
A defesa de Vinnik também disse que ele era um simples funcionário da BTC-e e não era o responsável por nenhum esquema de software malicioso.