Foragidos desde 2023, os empresários donos da BraisCompany, Antônio Inácio da Silva Neto e Fabrícia Farias foram localizados hoje pela polícia na Argentina.
Antônio Neto foi preso perto do condomínio onde o casal estava, mas Fabricia ainda está negociando com os policiais para se entregar espontaneamente — conforme relatou o Jornal da Paraíba.
O casal estava foragido desde fevereiro de 2023.
Os dois são acusados de comandar um esquema de pirâmide financeira, através da empresa, que teria provocado prejuízos para milhares de pessoas.
A operação investiga uma movimentação financeira de R$ 2 bilhões feita pela Braiscompany com promessas de altos rendimentos com criptomoedas. Dois mandados de prisão foram expedidos tendo como alvos o empresário, Antônio Neto, e a esposa dele, Fabrícia Farias Campos.
Na operação a Justiça Federal também determinou o bloqueio de bens e a suspensão parcial das atividades da empresa.
🔥Foto de Antônio Neto preso.
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— Livecoins (@livecoinsBR) March 1, 2024
De acordo com a mídia local, Antônio Neto morou em diferentes partes dos subúrbios de Buenos Aires desde que fugiu do Brasil. Morou em Palermo, depois em San Fernando, San Isidro, Nordelta e até no Howard Johnson de La Plata.
Ele foi preso na noite desta quinta-feira (29) pela Interpol no bairro Haras Santa María, onde foi descoberto e vigiado por uma semana.
149 anos de prisão
Antônio Neto e Fabrícia Farias foram condenados pela Justiça Federal a penas que somam 149 anos de prisão. Neto foi condenado a 88 anos e sete meses de prisão, enquanto Fabrícia recebeu uma pena de 61 anos e 11 meses.
Além do casal, outros oito réus foram condenados por crimes relacionados à operação da Braiscompany, que movimentou ilegalmente bilhões através de criptomoedas, prometendo retornos de investimento surreais.
A empresa parou de pagar seus investidores no final de 2022, afetando cerca de 20 mil pessoas. A sentença, proferida pelo juiz federal Vinícius Costa Vidor, também inclui a obrigação de reparar danos patrimoniais no valor de R$ 277 milhões e dano coletivo de R$ 100 milhões.
O casal, que estava foragido desde fevereiro de 2023, já tinha envolvimento com outros esquemas fraudulentos antes da Braiscompany, como a D9 Club.
Relembre o caso
A Braiscompany é acusada de criar uma pirâmide financeira de R$ 2 bilhões, alegando inicialmente atrasos nos pagamentos devido a atualizações de sistema e inconsistências nos endereços de criptomoedas fornecidos pelos investidores.
Posteriormente, culpou a corretora Binance por bloquear fundos. A empresa começou a ser investigada por indícios de pirâmide financeira desde 2020, mas investigações iniciais não avançaram por falta de consumidores lesados.
Em 2022, após parar de pagar os clientes, o Ministério Público retomou as investigações e revelou que a empresa praticava vários crimes, incluindo contra a economia popular, falsidade documental, e crimes contra o sistema financeiro nacional.
A empresa e seus donos não possuíam autorização da CVM ou do Banco Central para operações financeiras.
*Esta matéria está sendo atualizada.