DREX: Banco Central do Brasil anuncia nome do Real Digital

Em nota publicada nesta segunda-feira (7), o Banco Central do Brasil anunciou o novo nome do Real Digital que passará a ser chamado de DREX. Em live, dirigentes explicaram o funcionamento da nova moeda e responderam dúvidas do público.

Segundo a explicação, enquanto a letra “D” simboliza a palavra Digital, o “R” representa o Real e o “E” significa Eletrônico. Já a letra “X” foi escolhida por simbolizar transações.

“O projeto de moeda digital de banco central (CBDC), criado e operado pelo Banco Central do Brasil, chama-se Drex.”

“O Drex, anteriormente conhecido por Real Digital, propiciará ambiente seguro e regulado para a geração de novos negócios, e acesso mais democrático aos benefícios da digitalização da economia a cidadãos e empreendedores”, adicionou o Banco Central do Brasil nas redes sociais.

Real Digital não é uma criptomoeda, diz Fabio Araujo

Em vídeo, Fabio Araujo deu mais detalhes sobre o funcionamento do Real Digital. Já no início, o economista do Banco Central do Brasil explicou que o DREX não será uma criptomoeda e que terá o mesmo valor do papel-moeda.

“O Real Digital é o Real, só que em uma plataforma nova […] em uma tecnologia blockchain”, disse Fabio Araujo, do BC. “Quando a gente fala de blockchain, vêm sempre a cabeça: criptoativos, stablecoin, mas eu acho importante deixar claro não só o que é o Real, mas também o que não é.”

“[O Real Digital] não é um criptoativo, não é uma stablecoin… É o Real do dia-a-dia dentro dessa nova tecnologia de blockchain.”

Explicando as motivações para a criação do DREX, Araujo comenta que o projeto é uma sequência do Pix, um experimento que não só visou como conseguiu popularizar o acesso a pagamentos.

“Foi um sucesso, incontestável, a gente é referência internacional com Pix. E o Real Digital a gente ta usando essa tecnologia para facilitar o acesso a serviços financeiros”, comentou o economista, notando que o uso de blockchain baixa o custo das transações.

“Hoje as pessoas fazem pagamento com facilidade usando o Pix, e a gente quer que, com o Real Digital, as pessoas possam fazer um empréstimo com mais facilidade, ter uma opção de investimento mais acessível, um seguro mais fácil… A gente quer trazer esses produtos financeiros para as mãos das pessoas.”

Indo além, o economista frisou novamente que o Real Digital não é uma criptomoeda, mas está sendo criado para preencher uma lacuna existente neste mercado.

“O Banco Central está representando a moeda nacional dentro desse ambiente de ativos digitais”, comentou Araujo, notando que já existem diversos produtos tokenizados como músicas, filmes, ativos financeiros e imóveis.

“Você precisa da moeda para completar essa transação de uma forma segura. Na falta da moeda oficial, as pessoas usam o Bitcoin, usam uma stablecoin, mas quando você oferece uma plataforma regulada, onde você tem todos os atores bem reconhecidos, a gente traz uma vantagem usando a moeda nacional.”

Finalizando, Araujo também explica que enquanto as criptomoedas são usadas para fins especulativos, o Real Digital terá o mesmo valor do Real, o que pode ser atrativo nos usos propostos.

Contratos inteligentes baratearão serviços

Em outro trecho, Fabio Araujo destaca que a população brasileira terá acesso a mais serviços, por preços menores, devido à maneira pela qual o Real Digital foi construído, permitindo a utilização de contratos inteligentes.

“A vantagem no ambiente do Real Digital [é que] a gente tem essa automatização. Você não precisa mais ter um intermediário, um advogado, você tem só um pedaço de código garantindo que os valores tão de acordo com o que foi registrado no contrato.”

“Cada vez que eu contrato um advogado, eu tenho custo daquela pessoa estar fazendo aquela transação”, continuou Araujo. “Agora, a partir do momento que eu desenvolvi o smart contract (contrato inteligente), o próximo uso dele, o custo é zero.”

Economista do BC comenta escolha do nome e responde perguntas

Por fim, Fabio Araujo também comentou sobre a escolha do nome DREX para o Real Digital, que foi conduzida pela equipe de marketing do Banco Central do Brasil.

“O Real Digital vai ter um nome forte: DREX”, disse Araujo. “Juntando vários elementos de inovação, o D de digital, o R de Real, o E de eletrônico e o X de transação.”

O economista também afirma que o Banco Central liberará em breve mais notas sobre o DREX para a população entender as propostas.

Já os dez últimos minutos da live foram destinadas para responder algumas perguntas do público. Como exemplo, um seguidor perguntou se o DREX poderá ser sacado em caixas eletrônicos. Outro, mais cético em relação ao projeto, levantou dúvidas em questão ao poder do Estado.

“Real digital me cheira a mais controle do Estado. Banco Central do Brasil, esclareça sobre o poder que o Estado ganhará com isso”, disse um seguidor da live.

Em resposta longa, Araujo comentou que “essa é uma questão que sempre aparece”, principalmente porque as criptomoedas são baseadas em sistemas que não necessitam de confiança e não possuem um controlador central.

“Esse é um dos pontos importantes dos testes”, continuou Araujo. “A gente está testando para garantir que a gente consegue fazer a LGPD valer, para dar a segurança do sigilo bancário. Então o Banco Central não saber da vida das pessoas, o BC quer saber da economia. A gente só precisa das informações agregadas.”

“Não ganha poder nenhum, a gente vai reproduzir exatamente as mesmas relações que a gente tem hoje com o sistema financeiro dentro do Real Digital.”

Em adição, Aristides Cavalcante recomendou que as pessoas não olhem para o código do Real Digital, mas sim para a Constituição do Brasil para entenderem quais os limites do Banco Central.

“Muita gente fica tentando descobrir qual código do smart contract está lá, para saber o que faz. Para essas pessoas, dou meu conselho, olhe a constituição, olha o arcabouço jurídico, é lá que está dito o que poderá e o que não poderá ser feito.”

O vídeo completo sobre o lançamento da DREX pode ser assistido abaixo na íntegra.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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