Fim do dólar? Entrada de novos países no BRICS pode inaugurar nova ordem mundial

O desejo dos países do BRICS de diminuir a dependência do dólar americano é uma tendência crescente e reflete a mudança do poder global. Esses esforços têm sido liderados pelos países do bloco, que estão em discussões para o desenvolvimento de uma moeda própria do BRICS.

A aliança BRICS poderá se expandir com a entrada de mais países, segundo Anil Sooklal, embaixador sul-africano, o que pode fortalecer ainda mais o bloco e colocá-lo em posição de inaugurar uma nova ordem financeira global.

Mais de uma dúzia de países já se inscreveram formal e informalmente para ingressar no BRICS, e a decisão de permitir sua entrada poderá ser tomada na próxima cúpula em agosto, na África do Sul.

Atualmente, o BRICS é composto por cinco países: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, mas com a entrada desses novos países, a aliança poderia passar a ser conhecida como BRICS+.

De acordo com a Bloomberg, dezenove países já expressaram o desejo de participar do grupo e aceitar a nova moeda para o comércio internacional, treze formalmente e seis informalmente. O encontro servirá para discutir a ampliação do bloco e as modalidades de como isso vai acontecer.

Expansão do BRICS

A China iniciou a conversa sobre a expansão quando era presidente do BRICS no ano passado, enquanto a segunda maior economia do mundo tenta construir influência diplomática para conter o domínio dos países desenvolvidos nas Nações Unidas.

A ampliação proposta gerou preocupação entre outros membros de que sua influência será diluída, especialmente se os aliados próximos de Pequim forem admitidos.

Desde a sua formação como BRIC em 2006, o grupo adicionou apenas um novo membro — a África do Sul em 2010.

Entre os países que manifestaram formalmente interesse em ingressar estão a Arábia Saudita e o Irã, e entre os informais estão a Argentina, Emirados Árabes Unidos, Argélia, Egito, Bahrein e Indonésia, além de duas nações da África Oriental e uma da África Ocidental — que não foram identificadas.

Na reunião de junho, além da expansão, os ministros das Relações Exteriores dos cinco estados-membros discutirão “pontos quentes”, incluindo o Sudão.

A presença de outros membros pode ampliar a discussão sobre os pontos críticos, aumentando a abrangência do grupo no cenário internacional.

Fim do dólar?

A entrada desses novos países poderá colocar o dólar e o euro em desvantagem, já que os países em desenvolvimento poderão acabar com a dependência do dólar.

Se muitos países abandonarem o dólar e iniciarem transações internacionais com uma nova moeda, o dólar poderá ser atingido, enfraquecendo em escala global e não encontrando meios de financiar seu déficit.

Além disso, muitos dos países interessados em ingressar no BRICS são ricos em petróleo, o que poderia obrigar os países europeus a pagar com a nova moeda pelo petróleo e não o dólar, afetando diversos setores nos EUA.

Com a expansão do BRICS, seus PIBs ficariam à frente dos EUA e de outras potências ocidentais, o que poderia inaugurar uma nova ordem financeira global liderada pelos países em desenvolvimento.

Os países do BRICS têm mantido firmes os esforços para diminuir a dependência do dólar americano no comércio internacional. Além disso, o desenvolvimento de uma moeda alternativa própria do bloco está em andamento, o que tem dado impulso ao Bitcoin em meio a questões globais de reservas monetárias.

O desejo dos países do BRICS de diminuir a dependência do dólar americano é uma tendência crescente e reflete a mudança do poder global. Esses esforços têm sido liderados pelos países do bloco, que estão em discussões para o desenvolvimento de uma moeda própria do BRICS.

A África do Sul tem pedido cautela no desenvolvimento dessa moeda própria. O país entende que é necessário um exame minucioso sobre como abordar a criação da nova moeda.

Embora a moeda do BRICS deva ser usada apenas para o comércio internacional, ainda é importante observar como isso afetará o valor do dólar americano e várias classes de ativos.

A desdolarização do comércio internacional em favor da nova moeda do BRICS pode ter um impacto significativo nos mercados globais. Especificamente, se a moeda do BRICS diminuir o valor do dólar americano, os ativos digitais, como o Bitcoin, podem ser beneficiados.

Esses tipos de perguntas terão um efeito cascata em vários mercados, alterando o cenário econômico global como o entendemos.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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