Em meio a crise de liquidez que a FTX enfrenta, a maioria dos funcionários da empresa de equipes importantes pediram demissão. A saída de funcionários ocorreram enquanto a Binance realizava a avaliação da situação da FTX antes de decidir sobre sua aquisição.
De acordo a Semafor, a maior parte da equipe jurídica e de conformidade da FTX pediu demissão na terça-feira (8). A saída da equipe causou ainda mais tensão dentro e fora da empresa.
O site cita pessoas familiarizadas com o assunto especulando sobre os obstáculos da empresa para concluir qualquer acordo sem uma equipe jurídica.
Poucos dias antes do colapso, o Twitter oficial da FTX postou vídeos sobre os vários escritórios em construção em todo o mundo. A empresa inauguraria escritórios em Tóquio, Miami, Bahamas e outros locais.
https://twitter.com/claire_FTX/status/1589384861777031169
Autoridades investigam FTX
De acordo com a mídia internacional, as autoridades americanas estão investigando a maneira como a FTX lidou com os fundos dos clientes no contexto de sua escassez de liquidez.
Além disso, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) está procurando encontrar a conexão entre a FTX US e a Alameda Research.
Alameda é uma empresa de negociação quantitativa de criptomoedas que oferece serviços de criação de mercado para várias moedas nas principais exchanges de criptomoedas.
Colapso da FTX
A indústria de criptomoedas foi surpreendida na última semana, quando surgiram rumores de que a FTX, até então terceira maior corretora do mundo, estava com prolemas de liquidez.
O bitcoin e demais criptomoedas despencaram e um pânico se instaurou no mercado. O Bitcoin que vinha aguentando pressão há quase um ano, atingiu seu menor valor em dois anos, caindo abaixo de 17 mil dólares pela primeira vez desde o final de 2020.
Vários analistas acreditam que este foi apenas o início da maior queda que o mercado de criptomoedas verá na história.
As criptomoedas sofreram uma verdadeira carnificina como resultado do medo de que a indústria fosse abalada pela falência de uma das maiores exchanges de criptomoedas do mundo.
Não foi a tecnologia que colapsou, nem as próprias criptomoedas, mas o ‘fator humano’. O próprio Bankman-Fried, CEO da FTX, é filho de professores de direito da conceituada Universidade de Stanford. No entanto, isso não ajudou o empresário a perder o capital que lhe foi confiado.
A popularidade das criptomoedas no período de 2020-2021 atraiu para o mercado toda uma série de empresários desonestos, malabaristas de altcoins e pessoas que, intencionalmente ou sem conhecimentos elementares sobre gestão de riscos, não conseguiram proteger a si mesmos, clientes e ainda menos investidores.
O efeito é que as criptomoedas ficam no fundo e o Bitcoin atinge níveis não vistos há dois anos.
Os críticos dirão que as altcoins, e talvez o próprio Bitcoin, são bastardos de golpistas de Wall Street e fundos que fogem das regulamentações, que estavam focados em ‘roubar’ o mercado.
A falta de regulamentações encorajou muitas empresas golpistas a se envolverem com o mercado e indiretamente apoiou o fato de que ‘fundos’ como 3AC, Voyager ou exchanges como FTX poderiam atrair centenas de milhares de clientes que desconheciam suas verdadeiras faces.
Agora, a FTX pode se tornar um fantasma que assombrará a indústria por muito tempo, assim como a falida MT GOX.