Especialistas temem manipulação no Bitcoin após aprovação de ETFs

Alguns analistas destacam a natureza intrinsecamente descentralizada do Bitcoin, argumentando que, ao contrário do ouro, o Bitcoin não pode ser controlado a longo prazo, independentemente da existência de ETFs.

Enquanto os investidores de criptomoedas aguardam com otimismo a aprovação dos primeiros ETFs (Fundo Negociado em Bolsa) de Bitcoin, as opiniões sobre seu potencial impacto no mercado estão profundamente divididas.

Alguns veem os ETFs como uma etapa crucial para a adoção em massa do Bitcoin, enquanto outros os consideram uma ameaça ao ethos descentralizado da criptomoeda.

Desde a sua criação, o Bitcoin sempre foi saudado como uma moeda descentralizada, um refúgio contra as moedas tradicionais controladas pelos governos. Mas com a introdução dos ETFs, muitos temem que a moeda possa ser cooptada por instituições financeiras tradicionais.

A História e controvérsias dos ETFs

Historicamente, os ETFs têm sido ferramentas para democratizar o acesso a várias classes de ativos. A primeira iteração de um produto negociado em bolsa, ou ETP, surgiu em 1961 como um fundo de investimento fechado.

Em 1983, ele abriu seu alcance a um leque mais amplo de investidores e, em 1986, depois de ser listado na Bolsa de Valores de Toronto, firmou-se na Bolsa de Valores dos Estados Unidos.

No entanto, foi com a listagem da Gold Bullion Securities, o primeiro ETF físico de ouro, em março de 2003, que as controvérsias em torno dos ETFs ganharam destaque.

Surgiram suspeitas de que os gigantes financeiros poderiam estar manipulando o preço dos metais preciosos por meio de ETFs. No centro desse debate estava a ideia de que os ETFs poderiam usar participações fictícias para ajudar as empresas a cobrir grandes apostas em derivados.

Um exemplo notório foi em 2020, quando o JPMorgan pagou uma indenização para resolver uma ação judicial do Departamento de Justiça dos EUA. O banco foi acusado de manipular futuros de metais preciosos entre 2008 e 2016. Isso levou a críticas de que os ETFs poderiam ser usados como ferramentas para manipular o mercado.

Bitcoin e ETFs: Um casamento controverso

A questão agora é se o Bitcoin poderia ser a próxima vítima. No início desta semana, Josef Tetek, analista de Bitcoin da Trezor, empresa que fabrica uma das carteiras mais populares do mercado, levantou preocupações, argumentando que os ETFs podem ‘transformar’ o Bitcoin em uma moeda fiduciária.

Ele acredita que, enquanto o preço do Bitcoin pode subir no curto prazo com a introdução dos ETFs, o impacto a longo prazo pode ser prejudicial.

“ETF de Bitcoin é uma das piores coisas que podem acontecer com a adoção do bitcoin. É um ataque à autocustódia, substituindo o uso real (seja como MoE ou SoV) por especulações estúpidas de preços.

Os ETFs são muito piores do que as corretoras, pois podemos pelo menos incitar corridas bancárias às corretoras e testar a sua solvência — e se provarem que estão a executar um esquema Ponzi de bitcoin de papel, entram em colapso antes de crescerem demais, exemplo: FTX, BlockFi, etc.”

A visão de Josef foi ecoada por outros no Twitter (X), com um usuário argumentando que um ETF de Bitcoin permitiria que entidades como a Blackrock comprassem e controlassem grandes quantidades de Bitcoin com dinheiro de outras pessoas.

“Um ETF de Bitcoin à vista seria uma má ideia porque permitiria à Blackrock adquirir e controlar Bitcoin comprado com dólares de outras pessoas”, disse. “Eles terão um ‘assento na mesa’ que não merecem. Acredito que você não tem ideia de quão ruim isso será para as pessoas comuns. Não queremos o Sr. Fink sentado à nossa mesa.”

A grande questão é se o Bitcoin pode realmente ser manipulado como outros ativos. Enquanto alguns acreditam que os ETFs podem ser usados para influenciar a descoberta de preços, outros pensam o contrário.

Alguns analistas destacam a natureza intrinsecamente descentralizada do Bitcoin, argumentando que, ao contrário do ouro, o Bitcoin não pode ser controlado a longo prazo, independentemente da existência de ETFs.

Por fim, a ascensão dos ETFs de Bitcoin certamente revisita o debate sobre a tensão entre a adoção em massa e a preservação da natureza descentralizada do Bitcoin.

É evidente que a comunidade de criptomoedas precisa pesar cuidadosamente os prós e contras à medida que esses produtos se tornam mais prevalentes no mercado.

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Vinicius Golveia
Vinicius Golveia
Formado em sistema da informação pela PUC-RJ e Pós-graduado em Jornalismo Digital. Conhece o Bitcoin desde 2014, atuando como desenvolvedor de blockchain em diversas empresas. Atualmente escreve para o Livecoins sobre assuntos de criptomoedas. Gosta de cultura POP / Geek. Se não estiver escrevendo notícias relevantes, provavelmente está assistindo alguma série.

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