A esposa do faraó dos bitcoins, Mirelis Dias Zerpa, foi presa em Chicago, nos Estados Unidos, em uma operação da Polícia Federal do Brasil em conjunto com a U.S. Immigrations and Customs Enforcement (ICE) e o Serviço Secreto norte-americano.
A prisão ocorreu após dois anos de intensa busca e cooperação internacional. Mirelis, considerada foragida da Operação Kryptos, era procurada por crimes praticados contra o Sistema Financeiro Nacional, lavagem de dinheiro e integração de organização criminosa.
As acusações são parte do caso que envolve a empresa de Glaidson dos Santos (apelidado de faraó dos bitcoins), a GAS Consultoria, que operou um esquema de pirâmide financeira e movimentou bilhões em atividades ilícitas.
De acordo com o jornal O Globo, Mirelis manteve uma presença ativa nas redes sociais, publicando textos motivacionais e uma selfie na Times Square. As publicações, agora vistas sob uma nova luz após sua detenção, adicionam uma camada de ironia ao caso.
Gás consultoria
Antes de se tornarem figuras centrais em um dos maiores escândalos financeiros do Brasil, Mirelis e Glaidson tinham histórias de vida modestas. Glaidson, um ex-garçom em Búzios, viu uma oportunidade no emergente mundo das criptomoedas e fundou a GAS Consultoria Bitcoin.
Prometendo retornos mensais de 10% sobre investimentos, a empresa rapidamente atraiu uma clientela ávida por lucros rápidos. O que parecia ser uma história de sucesso e riqueza transformou-se em um pesadelo para muitos, à medida que as investigações revelaram um esquema de pirâmide financeira.
A Operação Kryptos, lançada para investigar as atividades da GAS Consultoria, descobriu que, sob a fachada de investimentos em criptomoedas, Glaidson e Mirelis lideravam um dos maiores golpes com Bitcoin no país.
Estima-se que entre 2015 e 2021, o casal movimentou cerca de R$ 38 bilhões, uma quantia astronômica que chocou as autoridades, dado que o faraó não sabe nem mesmo conversar, dizendo por diversas vezes “pobrema” em algumas entrevistas.
Mirelis, utilizando sua empresa de consultoria em Cabo Frio, foi peça-chave no esquema, firmado em contratos de prestação de serviços para investimento em bitcoin, sem a devida autorização ou registro junto à Comissão de Valores Mobiliários.
Esposa do ‘faraó dos bitcoins’ postou texto motivacional antes de ser presa
Enquanto as investigações se desenrolavam, Mirelis mantinha uma presença ativa nas redes sociais. Com postagens que variavam entre selfies na Times Square e textos motivacionais, ela projetava uma imagem de sucesso e confiança inabalável.
Um dia antes de sua prisão, Mirelis refletiu sobre a qualidade da vida e a importância de seguir seu próprio caminho, uma ironia considerando os eventos que se seguiriam.
As publicações, que incluíam uma selfie com o monumento de George M. Cohan ao fundo, pareciam desafiar sua condição de foragida e agravar a curiosidade e o mistério em torno de sua verdadeira situação.