
A Autoridade de Conduta Financeira do Reino Unido (FCA), que desempenha um papel similar à CVM do Brasil, publicou nesta semana dois longos estudos sobre o mercado de criptomoedas.
Um deles, com 10.817 participantes, revela que a regulação das criptomoedas aumenta a demanda por esses ativos.
Por outro lado, o segundo aponta que a porcentagem de britânicos mantendo criptomoedas em seus portfólios caiu de 12% em 2024 para 8% em 2025. Ou seja, uma queda de 33,3% ano a ano.
Em documento publicado nesta terça-feira (16), a FCA revela um experimento onde cerca de 10.800 pessoas receberam £ 1.000 para investir. Eles foram divididos em quatro grupos.
“Os participantes do grupo não regulado investiram, em média, £ 137,16 em criptoativos”, concluiu o estudo.
“Informar os participantes de que os criptoativos são regulados pela FCA aumentou o investimento em criptoativos em um valor entre £ 11,92 (1,2%) e £ 17,56 (1,8%), dependendo do tratamento. Não houve diferenças estatisticamente significativas no investimento em criptoativos entre os grupos regulados.”
Dentre as opções, os investidores poderiam guardar as mil libras esterlinas (risco baixo), investir em ETFs domésticos ou estrangeiros (risco médio) e também em Contrato por Diferença e criptomoedas (alto risco).
“Selecionamos essa gama de produtos para explorar os potenciais efeitos de substituição entre produtos financeiros tradicionais e criptoativos. Especificamente, se os consumidores optarem por investir mais ou menos em criptoativos, de onde virá esse investimento?”, questionou a FCA.
Já no segundo estudo, este com 103 páginas, o FCA aborda dezenas de perguntas sobre diversos pontos do mercado. Isso inclui tipos de criptomoedas, uso para pagamentos, stablecoins, staking, golpes, dentre outros.
O destaque fica para a queda da adoção das criptomoedas no Reino Unido.
Embora estivesse crescendo ano a ano, chegando a 12% da população adulta britânica investindo em 2024, a porcentagem caiu para 8% em 2025.
“Embora o nível geral de posse de criptoativos tenha diminuído em comparação com os dados de 2024, a composição daqueles que de fato possuem criptoativos é semelhante à do ano passado.”
“Aqueles que possuem criptoativos são mais propensos a serem homens (11%), mais jovens (15% na faixa etária de 18-34 anos), de origem de minorias étnicas (19%) e de uma classe social mais alta (10% no grupo ABC1)”, destacou a FCA.
Do total, 73% deles usam corretoras descentralizadas como Coinbase, Binance e Kraken, 15% usam serviços de pagamentos como Revolut, 11% usam corretoras tradicionais como eToro e 8% usam corretoras descentralizadas como Uniswap.
Em relação a quais criptomoedas esses investidores mantêm, 57% responderam Bitcoin, 43% Ethereum, 21% Solana, 20% Dogecoin e 20% XRP.
Quanto aos que não investem, 22% disseram que isso se deve a falta de conhecimento sobre como as criptomoedas funcionam, 17% disseram ser muito arriscado comprar devido à volatilidade do mercado e 12% não se sentem seguros caso algo dê errado.
Outras perguntas interessantes ficaram para as stablecoins, que podem ser vistas como um maior risco para o Reino Unido, já que são mais fáceis de serem usadas no dia a dia para pagamentos.
No entanto, a maioria dos participantes respondeu que as usa somente para negociar outras criptomoedas.
Os estudos completos podem ser encontrados no site da FCA, ou diretamente acessados pelos links acima.
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