Um novo estudo revelou que os golpes com criptomoedas quase dobraram em 2020. Além disso, as previsões não são muito otimistas: o relatório prevê um aumento maior no número de casos para este ano.
De acordo com o “Relatório de fraudes com criptomoedas” publicado pela empresa de prevenção de fraudes Bolster, a popularidade das criptomoedas e o impacto da atual crise de saúde no mundo impulsionou os números de fraudes envolvendo criptomoedas em 2020.
O relatório está alinhado com outras de empresas de segurança, que observaram um aumento desse tipo de golpe no ano passado, mas a empresa descobriu um número muito assustador.
A Bolster, que usa inteligência artificial para pesquisar a internet em busca de fraudes, analisou mais de 300 milhões de sites e descobriu mais de 400 mil golpes com criptomoedas que foram criados em 2020.
O número é 40% maior que o ano anterior, diz o estudo.
Número de golpes vai aumentar em 2021
A partir da descoberta, e considerando que o Bitcoin está ficando cada vez mais popular, a empresa estima que os golpes podem aumentar mais de 75% em 2021.
Em tese, quanto maior o preço do Bitcoin, mais os golpistas tentarão fisgar aqueles se se interessam pelo ativo que valorizou mais de 400% em 2020 e já dobrou de preço este ano.
Além disso, a quantidade crescente de criptomoedas que são criadas no mercado também aumenta a possibilidade de golpes, já que os golpistas podem tentar enganar suas vítimas com o argumento do “novo Bitcoin”.
O co-fundador e CTO da Bolster, Shashi Prakash, comentou sobre o assunto, dizendo que o mercado tem que adotar medidas proativas para diminuir a quantidade de golpes.
“O aumento de criptomoedas realmente prejudica o objetivo da indústria de estabelecer credibilidade como uma classe de ativos e precisará ser abordado à medida que essas moedas se tornam mais convencionais e pessoas menos sofisticadas começam a comprá-las e vendê-las.
A eliminação proativa de fraudes e golpes é uma oportunidade para uma moeda se diferenciar e construir confiança no mercado mais rapidamente”.
Famosos, corretoras e criptomoedas mais usadas nos golpes
O estudo revela que a maioria dos golpes estão relacionados com prêmios, sorteios falsos e presentes, todos associados com famosos.
As imagens de Elon Musk, John McAfee e Yusaku Maezawa foram as três principais celebridades a serem usadas em golpes com criptomoedas em 2020.
Além disso, as três criptomoedas mais usadas em golpes foram o Bitcoin (BTC), Chainlink (LINK) e Ethereum (ETH). Os golpistas também preferem usar imagens das corretoras Binance, Coinbase e Gemini.
A empresa afirma que a condição mais grave observada é a correlação entre o valor da criptomoeda e o número de golpes.
Em praticamente todas as principais criptomoedas que foram monitoradas, foi observado uma correlação direta entre os aumentos nos volumes de negociações e nas atividades relacionadas a phishing e golpes.
“Você pode ver uma correlação direta entre o valor do Bitcoin e o número de golpes em 2020 e o início de 2021. Particularmente no segundo semestre de 2020, o rápido aumento no valor da moeda foi acompanhado por um aumento igualmente alarmante em fraudes relacionadas atividade.”
Como se proteger?
Qualquer pessoa pode cair em um golpe, seja ele novato no mercado ou veterano. A empresa é só mais uma das que identificaram um número assustador e cada vez mais sofisticado que tem o objetivo apenas de roubar dinheiro.
Com base nos dados da empresa é possível perceber que os golpistas estão ficando cada vez mais rápidos e espertos. Portanto, ela deixa 4 recomendações para que os usuários e empresas se protejam dos golpes.
- Para empresas que trabalham com criptomoedas, é bom estar ciente que você é um alvo. Golpistas irão atacar sua marca, pisar impiedosamente em seu domínio e colocar sites falsos para enganar seus usuários. Esteja preparado com sistemas que podem detectar infrações de marca.
- Para outras empresas, reconheça que seus funcionários serão cada vez mais alvos de golpes por meio de e-mails com links maliciosos. Considere recursos de varredura de URLs em tempo real para detectar e bloquear links maliciosos que chegam em sua empresa.
- E para você, investidor, você é um alvo. Pratique navegação segura na web e permanecer vigilante. Evite clicar em qualquer URL que lhe é enviado, mesmo que seja um pouco suspeito. Se você não tiver certeza sobre um link que está se preparando para clicar, use um scanner como CheckPhish.ai para testar se a URL é confiável.
- Melhor prevenir do que remediar.