Ethereum tem mais desenvolvedores, mas outras redes ameaçam soberania

O ano de 2022 viu um recorde na colaboração de desenvolvedores blockchain com criptomoedas, apesar das demissões em corretoras e queda geral do mercado.

A Eletric Capital, uma empresa de capital de risco do mercado de criptomoedas, divulgou um novo relatório na última terça-feira (17) sobre as atividades de programadores. Em resumo, os dados apontam que a rede Ethereum conta com mais desenvolvedores, mas outras redes concorrentes já ameaçam sua liderança.

O relatório divulgado no GitHub da empresa busca acompanhar a criação de valor em diversas blockchains.

No caso, o Bitcoin e Ethereum respondem por quase 30% das contratações de pessoal qualificado no setor. Além disso, 38% das atividades mensais no mercado de criptomoedas se concentram entre as duas maiores redes.

Bitcoin e Ethereum contam com 28% dos desenvolvedores de criptomoedas
Bitcoin e Ethereum contam com 28% dos desenvolvedores de criptomoedas. Reprodução.

Estudo indica que desenvolvedores Ethereum ainda são maioria, mas outras redes crescem

De acordo com a Eletric Capital, entender o desenvolvimento de uma criptomoeda dá aos investidores uma visão sobre a criação de valor em blockchains.

“Um indicador inicial e importante da criação de valor em plataformas emergentes é o envolvimento do desenvolvedor. Os desenvolvedores criam aplicativos matadores que agregam valor aos usuários finais, o que atrai mais clientes, o que atrai mais desenvolvedores.”

Desde 2018, por exemplo, o número de desenvolvedores de bitcoin cresceu de 372 para 946. A principal rede em número de trabalhadores é a Ethereum, que viu crescer de 1.084 mensais para 5.819.

Outras redes que crescem muito são concorrentes do Ethereum, como a Solana, NEAR e Polygon. Todas essas blockchains contavam com menos de 200 desenvolvedores, mas hoje já possuem 500 empenhados em seus ecossistemas.

Criptomoedas como Sui, Aptos, Staknet, Mina, Osmosis, Hedera, Optimism e Arbitrum são outras que crescem em contratações e contam com mais de 100 devs ativos mensalmente.

Os dados chamam atenção que nos primeiros sete anos desde a criação do bitcoin, entre 2009 e 2016, apenas 1 mil desenvolvedores se juntaram ao mercado. Depois do início, mais de 22 mil programadores viram oportunidades no setor em todo o mundo.

O ano de 2022 fechou em alta nas contratações de desenvolvedores de criptomoedas, apesar da queda do mercado

Até o final de dezembro de 2022, o mercado de criptomoedas todo reunia 23.343 desenvolvedores mensais. O número representa um acréscimo de 5% na comparação com 2021, mesmo com a queda do mercado.

Mais de 23 mil desenvolvedores trabalham no mercado de criptomoedas em dezembro de 2022
Mais de 23 mil desenvolvedores trabalham no mercado de criptomoedas em dezembro de 2022. Crédito: Eletric Capital.

Chama atenção que várias corretoras demitiram funcionários em massa em todo o mundo. De acordo com um estudo sobre as demissões de mercado por cidades, indicou que até no Brasil a crise em exchanges causou desligamentos.

As estimativas do mercado é de que mais de 10 mil pessoas tenham perdido os seus empregos em plataformas. Na contramão, dados relacionados a desenvolvedores de criptomoedas indicam alta nas contratações.

Dados do estudo ainda apontam para “+8% de crescimento anual em desenvolvedores em tempo integral”. E tal crescimento importa ao se analisar as contribuições feitas em códigos de criptomoedas.

Por fim, 2022 fechou com recorde de 61 mil desenvolvedores contribuindo com códigos de criptomoedas pela primeira vez. Ou seja, os fundamentos das criptomoedas melhoram com bastante trabalho em meio a queda de preços em corretoras, um sinal otimista para o longo prazo dos projetos.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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