2021 tem sido um ano bem agitado para o mercado de criptomoedas, com um movimento positivo na maioria dos últimos meses e agora um final de ano que está preocupando alguns. Um recente artigo da Forbes alerta que o futuro pode ser preocupante, principalmente com decisões relacionadas à economia dos EUA.
Billy Bambrough, um dos colunistas sênior da Forbes, publicou um artigo falando sobre a nomeação de Jerome Powell a mais quatro anos como o presidente do Fed. Powell foi o supervisor do maior programa de estimulo da economia do país.
No entanto, para o colunista da Forbes e até mesmo para o famoso investidor Mike Novogratz, o futuro de Powell no comando do Fed pode engatilhar uma queda geral do criptomercado durante 2022, quando o Banco Central dos EUA tentar contornar a inflação no país, que está no nível mais alto dos últimos 30 anos.
Inflação
Citando Novogratz em uma entrevista à CNBC, a coluna da Forbes acredita que com o Federal Reserve tentando combater a inflação criada, dessa vez aumentando as taxas de juros ao invés de cortá-las, como fez durante 2020 e 2021, isso poderia desencadear um colapso do mercado de criptomoedas.
“Nós temos a inflação se aproximando, você sabe, está bem ruim nos EUA. O Fed vai ter que trabalhar um pouco mais rápido (…) Isso pode desacelerar o mercado de ações. Pode desacelerar a Nasdaq. Isso pode desacelerar o criptomercado, se tivermos que começar a aumentar as taxas de juros mais rápido do que o anteriormente pensado.”, disse Novogratz.
Essa é uma pressão que está acontecendo em bancos centrais ao redor do mundo, principalmente em países onde houveram medidas para tentar ajudar a população com auxílios e estímulos para o período de quarentena.
Agora muitos dos bancos centrais precisam lutar contra a inflação. Os EUA, claro, se destacam ainda mais nisso, afinal a economia deles tem um soft power grande no resto da economia mundial.
Já é possível ver sinais dessa tentativa de recuperação por parte do Fed, como notado pela Forbes.
“Nas recentes semanas o Fed diminuiu a sua compra de títulos minutos antes do último encontro de políticas monetárias, o que indica que os oficiais estão dispostos e diminuir as suas medidas de flexibilização quantitativa”, destacou o colunista.
Bitcoin
Outro ponto de destaque para um possível futuro menos brilhante para o criptomercado está justamente nesse momento em que vemos uma posição mais negativa após um período tão bom para todo o setor.
Com o Bitcoin valorizando cerca de 200%, o Ethereum 600% e outras criptomoedas com valorizações em porcentagem na casa das centenas de milhares nos últimos dois anos, o pensamento de alta perdeu força por parte de muitos investidores.
Para Noelle Acheson, chefe de insight de mercados na Genesis, o Bitcoin deu evidências de que ele se comporta como um ativo de risco, o que o torna uma opção não tão interessante contra a inflação.
“Na semana passada nós tivemos evidência de que o Bitcoin se comporta mais como um ativo de risco do que como uma proteção contra a inflação com uma rápida alta após as notícias de que Biden tinha decidido renomear Jerome Powell, o ouro, em contraste, caiu.”, disse Acheson.
Para ela, o risco é que isso atrela o Bitcoin as taxas de juros real, e caso elas se mantenham baixas, o criptomercado pode continuar crescendo, o problema é que se as taxas aumentarem, isso pode sufocar o criptomercado e principalmente o Bitcoin, colocando ainda mais pressão na moeda no futuro.