Ronaldinho Gaúcho, Kaká, Falcão e outros ídolos do futebol promovendo a pirâmide OmegaPro. (Fonte: YouTube/Reprodução)
O governo americano está processando Michael Shannon Sims (48) e Juan Carlos Reynoso (57). A dupla é acusada de liderar a OmegaPro, um esquema de pirâmide com criptomoedas que casuou prejuízos de US$ 650 milhões (R$ 3,5 bilhões) às suas vítimas.
Enquanto Sims é apresentado como o fundador da pirâmide, Reynoso liderava as operações do esquema na América Latina.
Há cerca de um ano, em agosto de 2024, a polícia da Turquia prendeu Andreas Szakacs, também conhecido como Emre Avci. O executivo se apresentava como CEO da OmegaPro.
Buscando atrair novas vítimas e ganhar confiança, a OmegaPro usava diversos famosos em sua campanha de marketing. Conforme já noticiado pelo Livecoins, os líderes da pirâmide promoviam jogos de futebol com diversos famosos.
Os nomes mais conhecidos pelos brasileiros são Ronaldinho Gaúcho, Kaká e Falcão. No entanto, outras lendas como Wesley Sneijder, John Terry, Iker Casillas e Luís Figo também aparecem promovendo a pirâmide.
O esquema era tão grande que até mesmo o astro do cinema Steven Seagal foi usado pelos golpistas. Não há informações sobre os valores recebidos sobre cada um deles.
“A acusação afirma que Sims e Reynoso, junto com co-conspiradores, organizaram eventos promocionais luxuosos e treinamentos ao redor do mundo, incluindo a projeção do logotipo da OmegaPro no Burj Khalifa, o edifício mais alto do mundo, durante um evento em Dubai.”
“O objetivo desses eventos era convencer investidores atuais e potenciais de que a OmegaPro era uma empresa legítima que oferecia caminho para riqueza e estilo de vida luxuoso”, comentou o governo americano.
Embora alguns vídeos tenham sido deletados, ainda é possível encontrar vestígios desse evento onde os craques aparecem jogando futebol com o patrocínio da pirâmide.
O processo aponta que Michael Sims fundou a OmegaPro em janeiro de 2019 e Juan Carlos Reynoso se juntou ao esquema em abril daquele mesmo ano.
As promessas às vítimas eram de altos retornos, de 300% em 16 meses, gerados por “traders de elite” do mercado forex. As compras desses pacotes eram feitas em criptomoedas.
Além do evento registrado em vídeo, a dupla também ostentava uma vida de luxo nas redes sociais, incluindo férias luxuosas, carros caros, roupas e relógios de grife, tudo pago com o dinheiro das vítimas.
A pirâmide teria desabado em janeiro de 2023, quatro anos após seu início. Na data, os golpistas afirmavam que o dinheiro estaria sendo movido para outra plataforma, chamada Broker Group.
As vítimas, obviamente, não conseguiram sacar os depósitos, tampouco os lucros prometidos.
“Os mais de US$ 650 milhões (R$ 3,5 bilhões) levantados das vítimas teriam sido inicialmente enviados para carteiras de criptomoedas controladas por executivos da OmegaPro, sendo então transferidos para insiders e promotores de alto escalão para dispersar os fundos e ocultar sua origem”, escreveu o governo americano. “Conforme alegado, Sims e Reynoso lucraram milhões com esse esquema.”
A dupla em questão pode pegar até 40 anos de prisão caso condenada pelas acusações.
Vítimas do esque podem entrar em contato com o FBI tanto via site quanto por e-mail (OmegaProVictims@fbi.gov). No entanto, não há informações sobre montantes confiscados para possíveis reembolsos.
Embora os EUA afirmem que o golpe esteja na casa dos US$ 650 milhões, outras fontes apontam que o total pode chegar a US$ 4 bilhões (R$ 22 bilhões).
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