O Departamento do Tesouro dos EUA anunciou nesta quinta-feira (11) que está sancionando a Tren de Aragua, citada por algumas fontes como a maior organização criminosa da Venezuela.
Segundo as informações do Tesouro, o grupo é envolvido em diversas atividades ilegais. Dentre elas estão a mineração ilegal, sequestro, tráfico humano, extorsão, lavagem de dinheiro com criptomoedas e tráfico de drogas.
A gangue teria ganho força nos últimos anos devido à situação econômica da Venezuela. Afinal, muitos venezuelanos estão deixando seu país para buscar novas oportunidades.
“O Tren de Aragua aproveita suas redes transnacionais para traficar pessoas, especialmente mulheres e meninas migrantes, através das fronteiras para o tráfico sexual e escravidão por dívida”, informou o Tesouro. “Quando as vítimas tentam escapar dessa exploração, os membros do Tren de Aragua muitas vezes as matam e publicam suas mortes como uma ameaça para os outros.”
As autoridades americanas estão oferecendo uma recompensa de US$ 12 milhões por informações que levem a captura de diversos líderes do grupo.
Primeiro Comando da Capital também é citado pelo governo americano
Além do Tren de Aragua, outro grupo citado pelo Departamento do Tesouro americano é o Primeiro Comando da Capital (PCC), já sancionado pelos EUA. Segundo às informações, os dois estariam operando em conjunto.
“À medida que o Tren de Aragua se expandiu, ele se infiltrou oportunisticamente nas economias criminosas locais na América do Sul, estabeleceu operações financeiras transnacionais, lavou fundos por meio de criptomoedas e formou laços com o Primeiro Comando da Capital, um notório grupo de crime organizado no Brasil sancionado pelos EUA.”
Às sanções, portanto, visam enfraquecer as atividades econômicas do Tren de Aragua. Como exemplo, todas propriedades em nome dos membros do grupo serão bloqueadas e quaisquer americanos que se envolvam com eles poderão sofrer processos pelo Estado.
Por fim, vale lembrar que a própria Venezuela está sendo sancionada pelos EUA. Em abril, o governo americano estendeu essas sanções, o que levou o país sul-americano a acelerar a adoção de criptomoedas para continuar atuando no comércio internacional, incluindo a estatal Petróleos da Venezuela S.A. (PDVSA).
Outro país que está com a mesma tática é a Rússia. Na semana passada, por exemplo, o Banco Central russo declarou que empresas estavam livres para usar criptomoedas já que às sanções estavam atingindo meios tradicionais de pagamentos.