EUA usam Lei Magnitsky para sancionar golpistas de criptomoedas no sudeste asiático

A Lei Magnitsky, criada nos EUA em 2012, permite que o governo americano congele bens de indivíduos estrangeiros envolvidos em corrupção ou violações graves de direitos humanos

O Departamento do Tesouro dos EUA aplicou nesta segunda-feira (8) a Lei Magnitsky para sancionar golpistas de criptomoedas que operam no sudeste asiático, mais especificamente em Myanmar e no Camboja.

A região é conhecida tanto por abrigar grupos que aplicam golpes de falso investimento, romance, phishing, dentre outros, bem como crimes mais pesados como tráfico humano, onde às vítimas são forçadas a aplicar golpes.

Em julho, o governo brasileiro também alertou sobre essa prática. Conforme as vítimas de tráfico humano falam diversos idiomas, incluindo português, os golpes também miram investidores de todos os países do mundo.

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Governo dos EUA afirma que americanos perderam US$ 10 bilhões em 2024 em golpes originados no sudeste asiático

Explicando a situação, o governo americano afirma que as organizações criminosas recrutam pessoas com falsas promessas de emprego. Ao chegar no local, no entanto, elas são obrigadas a aplicarem golpes como uma espécie de escravidão por dívida.

Apenas em 2024, os EUA estimam que cidadãos americanos perderam US$ 10 bilhões para esses golpes originados no sudeste asiático, um crescimento de 66% em relação ao ano anterior.

“Eles convencem os alvos a fazer supostos investimentos em sites de criptomoedas que parecem plataformas legítimas, mas são controlados pelos golpistas”, explicou o Departamento do Tesouro americano. “No final, os golpes resultam no roubo dos fundos depositados.”

Dentre os alvos das sanções estão centros de golpes em Shwe Kokko, no estado de Karen, em Myanmar, bem como cassinos transformados em centros criminais no Camboja.

Lei Magnitsky é aplicada para sancionar golpistas de criptomoedas

A Lei Magnitsky, criada nos EUA em 2012, permite que o governo americano congele bens de indivíduos estrangeiros envolvidos em corrupção ou violações graves de direitos humanos. Ela ficou famosa recentemente após ser aplicada ao ministro brasileiro Alexandre de Moraes.

“Baseado na Lei Global Magnitsky de Responsabilidade por Direitos Humanos (E.O. 13818), EUA aplicam sanções a indivíduos e entidades estrangeiras responsáveis por graves abusos de direitos humanos ou corrupção que afetem a estabilidade internacional.”

Dentre os novos sancionados pela Lei Magnitsky estão diversas pessoas e empresas do sudeste asiático que aplicam golpes de criptomoedas e outros crimes.

Pessoas:

  • Saw Chit Thu: Líder do Exército Nacional Karen (KNA), envolvido em fraudes cibernéticas, tráfico humano e contrabando transfronteiriço.
  • Tin Win: Associado ao KNA, controla empresas que fornecem energia para centros de fraude em Shwe Kokko.
  • Saw Min Min Oo: Oficial do KNA, gerencia empresas afiliadas ao KNA e participa de atividades ilícitas.
  • She Zhijiang: Criador e principal acionista do complexo Yatai New City, um centro de fraudes em Myanmar.
  • Dong Lecheng: Fundador da T C Capital, empresa envolvida em fraudes cibernéticas em Sihanoukville, Camboja.
  • Xu Aimin: Cofundador do K B Hotel, outro centro de fraudes em Sihanoukville, com histórico de crimes financeiros.
  • Chen Al Len: Diretor da Heng He Bavet Property Co. Ltd., envolvido em fraudes cibernéticas e trabalho forçado.
  • Su Liangsheng: Cofundador da M D S Heng He e diretor da Heng He Bavet, envolvidos em fraudes e trabalho forçado.

Empresas:

  • Chit Linn Myaing Mining and Industry Co., Ltd.: Mineração de metais não-ferrosos em Kayin State, Myanmar, associada ao exército Karen.
  • Chit Linn Myaing Toyota Co., Ltd.: Empresa de construção em Kayin State, Myanmar, associada ao exército Karen.
  • Chit Linn Mying Co., Ltd.: Operações comerciais diversas em Myawaddy, Myanmar, ligada ao exército Karen.
  • Heng He Bavet Property Co., Ltd.: Empresa de construção em Bavet, Camboja, envolvida em fraudes cibernéticas.
  • HH Bank Cambodia PLC: Banco comercial em Phnom Penh, Camboja, ligado a Chen e Su, envolvido em fraudes cibernéticas.
  • K B Hotel Co., Ltd.: Hotel e cassino em Sihanoukville, Camboja, envolvido em fraudes cibernéticas.
  • K B X Investment Co., Ltd.: Empresa de construção em Phnom Penh, Camboja, ligada a XU, envolvida em fraudes cibernéticas.
  • M D S Heng He Investment Co., Ltd.: Empresa de construção em Pursat, Camboja, associada a fraudes cibernéticas.
  • Myanmar Yatai International Holding Group Co., Ltd.: Operadora do Yatai New City em Mianmar.
  • Shwe Myint Thaung Yinn Industry & Manufacturing Co., Ltd.: Fornece energia e infraestrutura em Shwe Kokko, Myanmar, ligada a atividades criminosas do exército Karen.
  • T C Capital Co., Ltd.: Empresa em Sihanoukville, Camboja, envolvida em fraudes cibernéticas.
  • Yatai International Holding Group Limited: Holding internacional com operações globais de fraude, registrada na Tailândia e Hong Kong.

Em um gráfico, o Departamento do Tesouro americano destaca o envolvimento de She Zhijiang e outros sancionados em parte desse esquema.

USA detalham a participação de She Zhijiang, principal acionista de um centro de golpes de criptomoedas no Myanmar. Fonte: Tesouro americano/Reprodução.
USA detalham a participação de She Zhijiang, principal acionista de um centro de golpes de criptomoedas no Myanmar. Fonte: Tesouro americano/Reprodução.

Como consequência, as pessoas e empresas mencionadas terão seus bens bloqueados, o mesmo acontece com empresas onde eles possuam uma participação superior a 50%.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.
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