Dois ex-fuzileiros da Marinha dos EUA foram julgados por um juiz federal na cidade de Fresno no início desta semana. Eles são acusados de roubo e venda de dados pessoais de 9.000 pessoas em troca de pagamento em Bitcoin.
De acordo com o NBC Los Angeles, o casal Asaad Hooper e Natasha Renee cometeram fraude através da obtenção e venda de informações pessoais de cidadãos americanos. Durante o processo, Asaad Hooper, de 30 anos, saiu da Marinha, mas sua esposa Natasha ainda continuava na ativa, atuando como fuzileira.
A acusação revela que o casal conseguiu de maneira ilícita ganhar mais de US $ 160.000 revendendo dados roubados. De acordo com informações extraídas do processo, as pessoas que compravam os dados pessoais utilizavam as informações para efetuar compras na internet.
Como eles conseguiram os dados
Tudo começou em agosto de 2018, quando Hooper, que ainda fazia parte da Marinha, entrou em contato com uma empresa que armazena dados de milhões de pessoas. O ex-fuzileiro declarou que a Marinha precisava ter acesso a esse banco de dados para realizar verificações do pessoal da própria instituição. Mas os promotores do caso apontam que a solicitação por parte da Marinha não era verdade.
Porém o ex-fuzileiro conseguiu o acesso às informações e de acordo com o processo, durante dois meses e meio o casal coletou informações de mais de 9.000 pessoas. Pelo fato de o Bitcoin ser um método de pagamento que proporciona transações anônimas, a acusação não sabe quanto realmente eles receberam em pagamento na criptomoeda. Os promotores do caso apenas acreditam que o valor seja de US$ 160.000.
Vale destacar que apesar de garantir privacidade nos pagamentos, algumas transações em Bitcoin podem ser rastreadas. Atualmente existem diversas empresas especializadas em mapear todas as transações realizadas em Bitcoin e outras criptomoedas, portanto realizar transações realmente anônimas utilizando a moeda digital requer um certo conhecimento em ferramentas existentes na internet que possam proporcionar a privacidade.
Casal nega acusações
A defesa de Hooper alega que os acusados negam todas as acusações. Os advogados destacam que o casal apenas utilizou as informações e os dados pessoais das pessoas extraídos dos banco de dados apenas para realizar atividades relacionadas ao trabalho na marinha.
Os advogados dos acusados explicaram que as acusações do governo tentam encobrir o fato de que Hooper e Chalk tiveram acesso a bancos de dados disponíveis comercialmente e que podem ser usados por qualquer pessoa.
O casal está preso e pode pegar uma pena de 20 anos de prisão.