Promotores escoceses obrigaram John Ross Rennie (29) a pagar £ 110.000 (R$ 800.000) para a vítima de um roubo de 23,5 bitcoins nesta segunda-feira (2). O caso se passou em março de 2020 e é o primeiro envolvendo criptomoedas no país.
Segundo informações da mídia local, Rennie foi absolvido das acusações de agressão e roubo no ano passado, mas foi condenado por posse de propriedade roubada.
Ele acabou pegando apenas 150 horas de trabalho comunitário e seis meses de supervisão, onde teria que cumprir pequenas exigências estipuladas na condenação.
Roubo envolveu “facão e barra de Toblerone personalizada” e violência
O roubo de criptomoedas por John Ross Rennie e seus três comparsas é lembrado pela violência utilizada, mas também pelas armas nada comuns utilizadas pelo grupo.
Ao invadir uma casa em Blantyre, Lanarkshire, os criminosos usavam um facão e uma “barra de Toblerone personalizada”. Sim, aquele famoso chocolate em formato triangular e alongado.
Uma mulher foi ferida por esse objeto que teria ficado ensanguentado e, durante fuga do grupo, usado para fazer um gesto ameaçador de “cortar a garganta”.
O grupo conseguiu fugir com 23,5 bitcoins, então avaliados em R$ 675.000 (£ 110.000). No entanto, uma decisão de 2023 obrigou Rennie a devolver o valor em libras esterlinas, desconsiderando a valorização de mais de 12 vezes da criptomoeda no período.
Hoje esses bitcoins estão avaliados em £ 1,3 milhão (R$ 7,8 milhões).
Rennie foi destacado como o “cérebro da operação”, tendo lidado com essas criptomoedas após o roubo.
“O fato de você ser um réu primário, embora envolvido em um esquema elaborado para lavar os lucros de um roubo, é significativo”, disse o juiz do caso. “Parece-me que o seu papel no que aconteceu foi crucial, mesmo que o júri tenha decidido que não se estendia à participação no plano de realizar o roubo.”
A justificativa para a demora na conclusão do caso se deu ao fato dessa ter sido a primeira apreensão de criptomoedas do país, cujo valor foi convertido para libras esterlinas posteriormente. Não há declarações da vítima sobre a resolução.
Crimes presenciais contra investidores de criptomoedas é preocupante
Embora investidores, e até mesmo empresas, mais descuidados percam suas criptomoedas em roubos online, crimes presenciais são mais preocupantes por envolver violência física e colocar vidas em risco.
No mês passado, por exemplo, turistas israelenses foram assaltados na Costa Rica, perdendo R$ 3,8 milhões em Bitcoin.
Segundo dados mantidos pela comunidade, o pico desses crimes aconteceu em 2021, mas tem continuado ao longo dos últimos anos.
O caso da Escócia é raro por ter sido levado à juri. Afinal, esses crimes costumam ser premeditados, dando tempo para serem elaborados, dificultando a identificação dos criminosos.