Um documento vazado com informações da investigação da PF contra o “Faraó dos Bitcoins” revela que o noivo da cantora Perlla era alvo do grupo de extermínio sob o comando de Glaidson Acácio dos Santos.
Desde que Wesley Pessano foi morto na Região dos Lagos, os casos envolvendo pirâmides financeiras explodiram na região. Nesta segunda-feira (20), o Delegado da Polícia Civil Milton Siqueira concedeu uma entrevista ao Portal RLagos onde falou mais sobre as investigações que levaram a crer que Glaidson é o mandante do crime.
Questionado pela reportagem, o delegado narrou que houve um trabalho de inteligência conjunto entre a Polícia Civil da 125.ª e 126.ª DP, com a Polícia Federal, para que fossem descobertos mais detalhes do assassinato do Wesley. Ele foi morto a tiros em um veículo de luxo após trafegar em uma rua de São Pedro da Aldeia, caso que chocou a região.
No último sábado (18), a Operação Sarcófago prendeu mais alguns acusados de matar o ex-trader de criptomoedas, com mais elementos sendo investigados pela polícia civil do Rio de Janeiro.
Essa e outras operações indicam que Glaidson está por trás de vários casos de violência na região de Cabo Frio, como a tentativa de assassinato de “Nilsinho” e do ex-dono da Black Warrior (BW), que escaparam da morte após serem alvos de atentados.
Como eram concorrentes de Glaidson e ofereciam aos clientes uma porcentagem maior de rendimentos ilusórios, isso teria deixado o “faraó” profundamente irritado.
As operações do grupo de Glaidson, contudo, tinham como alvos outros líderes de empresas.
Faraó dos bitcoins pode ter mandado grupo de extermínio matar o noivo da funkeira Perlla
Um documento vazado contendo informações oficiais da investigação da Polícia Federal contra o grupo de extermínio de Glaidson Acácio dos Santos revela novas informações sensíveis da verdadeira face do alegado “Faraó dos Bitcoins”.
Apontado como mandante de vários crimes, ele teria mandado matar até o noivo da funkeira Perlla, Patrick Abrahão, que se apresenta em redes sociais como o n.º 1 da empresa Trust Investing, suspeita de pirâmide que está atrasando pagamentos dos clientes segundo relatos no Reclame Aqui.
No relatório da PF, Glaidson já havia encomendado a morte de Wesley Pessano, quando ficou sabendo que ele participaria de uma palestra de Patrick Abrahão, marcada para o dia 21 de julho de 2021, na Região dos Lagos.
Segundo a investigação da PF obtida pelo Livecoins, ao ver a palestra marcada em “seu território”, Glaidson pediu que seu ajudante “Piloto” fosse até o local marcar presença. Na época, o “Faraó dos Bitcoins” chegou a dizer que o mundo tinha muita gente e que com dois fuzis o serviço poderia ser feito.
Na ocasião, o “Piloto” pede que Glaidson tenha calma para que o caso não ganhe repercussão, com o faraó dos bitcoins afirmando que não precisava de conselhos psicólogos naquele momento.
A investigação da PF ainda mostra os trechos da vontade de Glaidson de tornar a jornalista Livia Torres da Globo em alvo, assim como os ataques a Nilsinho e o líder da BW, todos arquitetados por ele. O documento vazado obtido pelo Livecoins foi validado na página da transparência do MPF, mas a fonte do vazamento é desconhecida.
Patrick e Perlla fugiram do Brasil, diz site
De acordo com a coluna da Fábia Oliveira, Perlla e Patrick Abrahão teriam fugido do Brasil no último mês, após os rendimentos de clientes da Trust Investing pararem de ser pagos. A empresa é apontada pelo Banco Central de Cuba como um esquema criminoso de pirâmide financeira e é proibida de operar na região.
No Brasil, vários clientes já registraram no Reclame Aqui os problemas envolvendo a empresa, o que teria motivado a suposta fuga do casal do país.
Circularam rumores de que até uma igreja foi aberta por eles em Portugal, algo que Perlla negou em seu Instagram nos últimos dias. Segundo ela, a viagem com seu noivo foi a trabalho e suas filhas não foram abandonadas.
Já Patrick Abrahão, um dos possíveis alvos do “Faraó dos Bitcoins” no passado recente e é apontado como líder n.º 1 de um possível esquema de pirâmide em fase final, declarou que foi dar um suporte aos seus funcionários de Portugal. Além disso, ele confirmou que os sistemas de sua empresa foram alvo de ataques hackers, mas que a auditoria já está em fase final.
De qualquer forma, o caso mostra que os casos de pirâmides financeiras envolvendo criptomoedas no Brasil passaram por um ano turbulento, com vários casos de violência envolvendo a concorrência neste setor.