FBI confisca R$ 28 milhões em criptomoedas

O FBI, agência de inteligência americana, revelou nesta quinta-feira (22) ter confiscado R$ 28 milhões na criptomoeda Tether (USDT). A apreensão está ligada a uma investigação de um golpe conhecido como pig butchering (abate de porco).

Explicando como esses golpes funcionam, as autoridades americanas explicam que os golpistas entram em contato com as vítimas em potencial mostrando interesse em um relacionamento amoroso. Após ganharem a confiança delas, eles dizem ter uma grande oportunidade de investimento em criptomoedas.

“Essas plataformas de investimento falsas exibiam um portfólio de investimentos fictício, com retornos de investimentos anormalmente elevados, projetado para induzir a vítima a investir mais.”

“Quando as vítimas tentavam sacar os fundos, não conseguiam”, comentou o Departamento de Justiça dos EUA. “Muitas vezes eram confrontadas com várias desculpas, como a necessidade de pagar um “imposto” ou “multas” para liberar os fundos, que na verdade era apenas uma técnica dos golpistas para extorquir ainda mais dinheiro das vítimas.”

Ao que tudo indica, os criminosos não foram identificados e podem ser estrangeiros. De qualquer forma, isso não impediu o trabalho dos investigadores.

Confisco de R$ 28 milhões teve ajuda da Tether

Segundo o anúncio, o FBI conseguiu rastrear os fundos das vítimas, que foram transferidos para diversas outras carteiras pelos golpistas. Aparentemente, os saldos foram bloqueados on-chain pela Tether, emissora da stablecoin USDT, impedindo a movimentação futura dessas criptomoedas.

“À medida que os atores criminosos continuam a evoluir no mundo das fraudes habilitadas pela internet, o FBI e seus parceiros de aplicação da lei também precisam evoluir”, disse Robert M. DeWitt, Agente Especial do FBI. “Esta apreensão de criptomoedas serve como um exemplo de como o FBI está se adaptando ao cenário criminal em mudança e lutando pelas vítimas de esquemas de fraude cibernética.”

“O Departamento gostaria de agradecer à Tether por sua assistência na efetivação da transferência desses ativos.”

Dados da Dune Analytics apontam que a Tether congelou 15 endereços neste mês de agosto, mas não é possível dizer quais deles estão ligados a este caso. No total, a Tether já baniu mais de 1.750 endereços, congelando R$ 6,8 bilhões em USDT.

Tether continua congelando endereços com saldos em USDT, auxiliando autoridades governamentais. Fonte: Dune Analytics.
Tether continua congelando endereços com saldos em USDT, auxiliando autoridades governamentais. Fonte: Dune Analytics.

Enquanto um desses endereços continha 948 mil USDT (R$ 5,3 milhões), outro detinha 709 mil USDT (R$ 3,9 milhões) e um terceiro mais 999 mil USDT (R$ 5,5 milhões).

Um deles até tentou mover suas moedas por diversas vezes após elas serem congeladas. No entanto, as transações falham em todas as tentativas. Embora a Tether não possa pegar essas moedas, que continuarão nessas carteiras, eles podem barrar transferências de endereços a partir de seu contrato inteligente, tendo o mesmo resultado.

Falha em transação de USDT por endereço congelado pela Tether nesta semana. Fonte: EtherScan.
Falha em transação de USDT por endereço congelado pela Tether nesta semana. Fonte: EtherScan.

Por fim, casos assim mostram como a centralização pode ser útil em alguns casos, permitindo que vítimas de golpes recuperem seu dinheiro.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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