O diretor jurídico da Unick Forex, Fernando Marques Lusvarghi, foragido desde a deflagração da operação Lamanai, estaria colocando os bens dele em nome de sua esposa e no de outros “laranjas”, segundo a Polícia Federal. A prática teria sido descoberta por meio de interceptação telefônica feita pela PF.
A informação foi publicada na decisão do desembargador do Tribunal Regional Federal da 4ª região, Leandro Paulsen, que negou um pedido de habeas corpus feito pela defesa de Lusvarghi, mantendo sua prisão temporária. O documento foi publicado na quarta-feira (23).
De acordo com a decisão, os bens adquiridos por Lusvarghi por meio das atividades ilícitas realizadas na Unick Forex ainda não são plenamente conhecidos. A prisão temporária dele, portanto, se justificaria para evitar a ocultação ou mesmo a destruição do patrimônio.
Segundo a Receita Federal, entre janeiro de 2017 e dezembro de 2018 a Unick Forex movimentou pouco mais de R$ 10 bilhões por meio da SA Capital LTDA, que seria a garantidora de negócios da empresa.
PF não confirma se Lusvarghi já se entregou
Na noite de sexta-feira (25), a Justiça Federal decretou a prisão preventiva de seis dos nove integrantes da Unick Forex presos temporariamente na segunda semana de outubro. Outros três foram soltos na manhã de sábado (26). A PF não divulgou os nomes dos membros que ainda continuam na prisão.
A PF também não confirmou se Lusvarghi já se entregou ou se a prisão temporária expedida em seu nome será transformada em preventiva, como ocorreu com os outros sócios.
Caso Lusvarghi seja preso, ele ficará em uma sala de Estado-Maior, com janela e sem grades, na sede da PF, em Porto Alegre (RS). Isso porque ele é advogado.
Outro membro da Unick preso também está em uma sala na sede da PF – o nome não foi revelado. Os outros estão na Penitenciária Estadual de Canoas, na região metropolitana da capital gaúcha.
A Unick Forex não quis comentar o caso. Apenas informou, por meio de nota, que acredita na Justiça e que os fatos serão esclarecidos o mais breve possível.