As startups financeiras, também conhecidas como fintechs, estão em alta no Brasil. O crescimento dessa modalidade de empresas no país já ameaça a soberania dos grandes bancos. Em alta, iniciaram também as fintechs ligadas a empréstimos, entretanto, com operação peer-to-peer.
Apesar da inovação, as principais empresas dessa modalidade ainda não utilizam criptomoedas ou a tecnologia blockchain. De fato, essas ainda utilizam e fazem parte do sistema financeiro tradicional, sendo necessário parcerias com bancos. De fato, esse caminho abre oportunidades para a verdadeira revolução peer-to-peer que está acontecendo no mundo atual, conhecido também como Bitcoin.
O Bitcoin é uma moeda digital, criada em 2009 por Satoshi Nakamoto. Com ela, o dinheiro é transferido de uma pessoa à outra, sem intermediários. A prática é conhecida como peer-to-peer (ponta-a-ponta ou P2P). A maior diferença é certamente o dinheiro utilizado, que com criptomoedas não passa por bancos.
Fintechs de Empréstimos peer-to-peer são regulamentadas pelo Banco Central do Brasil
Em 2018, o Banco Central brasileiro regulamentou a prática de empréstimos peer-to-peer. De acordo com a Resolução Nº 4.656, foi criada a Sociedade de Empréstimo entre Pessoas (SEP).
Tal medida abre precedentes para que novas plataformas surjam no mercado de empréstimos. Com isso, o chamado lending P2P, pode também abrir brechas para empresas de criptomoedas no país.
Apesar das criptomoedas não serem regulamentadas, o processo para isso já começou. De fato, os atuais debates na Câmara dos Deputados sobre regulamentação do Bitcoin e criptomoedas tem chamado atenção para empresas do setor no Brasil.
Caso a regulamentação seja a favor das criptomoedas como meio de pagamento, há grandes chances de fintechs de lending como a Ripio, por exemplo, ganharem mercado no país.
Três primeiras fintechs ainda estão começando a construir setor de Lending P2P
Segundo o Valor Investe, as primeiras empresas do ramo ainda estão começando suas atividades quase que em conjunto. A Nexoos, por exemplo, é a primeira do ramo a obter licença e operar neste mercado. Outras duas irão iniciar suas atividades já nos próximos meses.
Tal caminho vai facilitar o acesso a crédito por pequenas e médias empresas. Além disso, garante rentabilidade, com riscos, aos investidores interessados em aportar capital nestes negócios.
A Resolução do Banco Central deixa claro que a intermediação deve ser feita por plataformas online. Além disso, para obter licença para operar como uma SEP, as empresas devem ter capital superior a R$ 1 milhão.
Criptomoedas é oposição à bancos centrais e suas resoluções
Como o criptomercado não busca operar segundo resoluções de banco central e nem de governos, a ideia da SEP parece pouco importante. Ao realizar empréstimos de criptomoedas, com uma taxa de juros competitiva, investidores P2P podem se beneficiar muito mais do atual momento vivido no Brasil.
Isso poderia ser reflexo da criação de fintechs peer-to-peer, com especialidade de empréstimos com criptomoedas, surgirem no Brasil. Com isso, em meio a um momento de baixa regulamentação, novas fintechs poderiam surgir nesse setor que tem imenso potencial.
O caminho da inovação com o Bitcoin está ainda no início. São várias as formas de empréstimos em que essa criptomoeda poderia ser utilizada. Alguns dos exemplos são: financiamento para empresas, empréstimos habitacionais, entre outros. Neste ponto, as fintechs que reconhecerem esse potencial de mercado poderão sair na frente.
Finalmente, as fintechs que se estruturam com moedas fiat ainda não conseguem competir no longo prazo com fintechs cripto. Essa ideia foi compartilhada pelo entusiasta de Bitcoin, Jimmy Song, ainda em 2019.