Após o colapso da Terra (LUNA) e da TerraUSD (UST), a preocupação de investidores e reguladores surgiu no mercado. Em conversa com o Yahoo nesta quarta-feira (27), o FMI declarou que mais criptomoedas poderão cair para zero.
A fala de Tobias Adrian, diretor de mercado monetário e de capitais do FMI, cita inclusive a maior stablecoin do mercado, a Tether (USDT), devido a forma como estes tokens são lastreados.
Conforme a queda do ecossistema da LUNA causou grande impacto em todo mercado, levando gigantes à falência, a quebra de um token tão importante e com tanto volume poderia ser devastador para o mercado.
Futuro das criptomoedas é preocupante, aponta FMI
Enquanto as criptomoedas tentam se recuperar dos efeitos colaterais do colapso da LUNA, outros projetos tentam ficar vivos em meio à falta de confiança do mercado. Como exemplo, podemos citar a stablecoin algorítmica USDD, da Tron, que conseguiu retornar sua paridade com o dólar.
Dado isso, Tobias Adrian, diretor de mercado monetário e de capitais do Fundo Monetário Internacional (FMI), acredita que mais criptomoedas deixarão investidores no prejuízo em breve.
“Pode haver mais quebras […] algumas stablecoins algorítmicas já foram atingidas, e há outras que podem quebrar.”
O grande problema destas stablecoins algorítimicas é que elas trabalham sem ter 100% de lastro. Enquanto seus desenvolvedores acham isso uma boa ideia, as mesmas enfrentam o risco de uma “corrida aos bancos”, ou seja, um excesso de redenções simultâneas que não poderiam ser atendidas.
Entretanto, o ponto mais polêmico da fala do diretor do FMI foi sobre a Tether (USDT), maior stablecoin do mercado desde sua criação, em 2015. Para Adrian, o grande risco está relacionado aos ativos que lastreiam tal criptomoeda.
“Há algumas vulnerabilidades, porque ela não possui lastro de 1:1”, declara Tobias Adrian, do FMI. “Elas são lastreadas por ativos de risco. Isso certamente é uma vulnerabilidade dado que algumas stablecoins não são totalmente lastreadas por ativos líquidos.”
No momento desta redação, o USDT é a criptomoeda com maior volume no mercado, de US$ 46 bilhões diários. Isso é quase o dobro do volume do Bitcoin, com US$ 25 bilhões. Portanto, a possível queda da Tether gera medo a todo mercado.
Stablecoins começam a perder mercado
Dentre as seis maiores criptomoedas, hoje três delas são stablecoins. Entretanto, o último semestre foi o pior da história para este grupo de moedas.
Um estudo da Arcane Research aponta que as stablecoins perderam 35,8% de seus capitais devido às incertezas dos investidores em relação à segurança das mesmas.
Para completar esta história, estima-se que a USD Coin (USDC) ultrapasse a Tether (USDT) em valor de mercado ainda este ano. Entretanto, vale notar que a diferença de volume entre elas ainda é gigante, de quase quatro vezes.