Depois que El Salvador tornou o Bitcoin uma moeda de curso legal e especulações sobre a adoção da criptomoeda em outros países da América Latina surgiram, o Fundo Monetário Internacional (FMI) emitiu uma advertência velada a qualquer país que queira seguir o exemplo.
A organização composta por 190 países que possui, de acordo com seu Convênio Constitutivo, os objetivos de promover a cooperação monetária internacional; afirmou que tornar o bitcoin a moeda oficial de um país “pode ser terrível”.
A referência a El Salvador é óbvia, mas não foi mencionada diretamente na postagem do blog do FMI.
O texto afirma que o bitcoin pode ser uma panaceia para países com alta inflação e pode ajudar os chamados não-bancarizados, mas o que eles apontam é que também pode ser grandes riscos.
“Bitcoin, uma péssima ideia”
Apesar do bitcoin ser frequentemente apontado como uma solução para ajudar os sem-banco, o texto diz que uma baixa penetração da internet em alguns países pode alienar ainda mais algumas comunidades do sistema financeiro.
A adoção também pode reduzir a soberania financeira de um país, já que o Bitcoin não pode ser regulamentado da mesma forma que uma moeda fiduciária nacional.
“Apesar de as novas formas digitais de dinheiro terem potencial de fornecer pagamentos mais baratos e mais rápidos, aumentar a inclusão financeira, melhorar a resiliência e a concorrência entre os provedores de pagamento e facilitar as transferências internacionais”, isso requer “investimentos significativos, bem como difíceis escolhas de políticas, como esclarecer o papel dos setores público e privado no fornecimento e regulamentação de formas digitais de dinheiro.”
O artigo alega que os países que adotam criptomoedas como moedas nacionais ou que “concedem criptomoeda com curso legal” correm o risco de que os preços nacionais se tornem muito instáveis e que os ativos sejam usados ao contrário do que é ditado pelas medidas contra a lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo, além de problemas relacionados à estabilidade macroeconômica e ao meio ambiente.
“Se os preços dos bens e serviços fossem em moeda real e em ‘criptoativo’, as famílias e as empresas gastariam muito tempo e recursos escolhendo que dinheiro manter em vez de se envolver em atividades produtivas”, disseram as autoridades. “As receitas do governo estariam expostas ao risco da taxa de câmbio se os impostos forem precificados com antecedência sobre um ativo criptográfico enquanto as despesas permanecerem principalmente em moeda local, ou vice-versa.”
O FMI afirma ainda que a política monetária em geral “perderia força”, sugerindo que a adoção em massa de criptomoedas diminui a credibilidade de qualquer país que adote um ativo como o Bitcoin ou outro token, e apontaram para as “grandes flutuações” nos preços das criptomoedas.
”O preço do Bitcoin já oscilou entre cerca de $ 65.000 e menos de $ 30.000 este ano, e conseguiu ultrapassar os US $ 40.000 hoje, antes de cair rapidamente para $ 37.000.”