Fontes apontam que a Fujitsu, uma das maiores empresas japonesas de TI, está se preparando para oferecer computadores quânticos para outras companhias ainda em 2023. Estaria a segurança do Bitcoin em risco?
A grande diferença entre computadores quânticos e comuns é como estes processam informações. Enquanto os comuns lidam com memórias que armazenam valores de 1 ou 0, os quânticos permitem o uso de ambos em simultâneo.
Sendo assim, computadores quânticos prometem resolver problemas que levariam anos em computadores tradicionais em poucos segundos. Em outra comparação, estes são muito mais rápidos que os supercomputadores que hoje são usados para pesquisas.
Computadores quânticos mudarão o mundo, diz executivo da Fujitsu
Em entrevista ao Squawk Box, publicada na última sexta-feira (14), o diretor de tecnologia da Fujitsu conta que a chegada dos computadores quânticos mudará o mundo. Como exemplo, cita seu uso em problemas de diversos campos da indústria.
“A computação quântica tem o potencial de mudar o mundo da computação em um nível massivo.”
“Você pode resolver problemas em dinâmica molecular, finanças, medicina, algoritmo de Shor, problema do caixeiro-viajante (PCV). Estes são problemas de otimização que não são fáceis de resolver”, comentou Vivek Mahajan, CTO da Fujitsu.
Entretanto, embora possam ser usados para o bem, tais computadores também conseguirão quebrar todos esquemas de criptografia que são comumente utilizados atualmente. Isso inclui o Bitcoin, bem como todas outras criptomoedas e também bancos.
De acordo com fontes, os computadores quânticos da Fujitsu não serão vendidos em um primeiro momento, em vez disso, a empresa vai “oferecê-los” a corporações (em termos não especificados) para fins de pesquisa e desenvolvimento conjuntos da tecnologia.
Computador quântico da Fujitsu é uma ameça ao Bitcoin?
Segundo informações, o computador quântico da Fujitsu terá 64 qubits. Em comparação, o Google lançou um com 53 qubits em 2019, mas a IBM já possui um ainda mais potente, lançado em 2021, com 127 qubits.
Alguns estudos sugerem que os computadores quânticos serão uma ameaça para o Bitcoin apenas quando atingirem 4.000 qubits.
Enquanto isso, outros apontam que uma transação só poderia ser interceptada por um computador quântico com 317 milhões a 1,9 bilhão de qubits, números bem distantes da realidade atual.
Quanto ao futuro, a Fujitsu espera produzir máquinas com mais de 1.000 qubits até 2026.
Como consequência, não apenas o Bitcoin como também outros serviços que utilizam criptografias consideradas seguras atualmente precisarão se atualizar para modelos resistentes a computação quântica. Portanto, tal ameaça não deve representar nenhum problema grave.