A Fundação Ethereum, empresa responsável pelo desenvolvimento da criptomoeda homônima, está sendo acusada de participar de um roubo de 185.000 ETH e 250 bitcoins. O caso está relacionado ao hack da corretora Gatecoin, ocorrido em 2016.
Embora essas criptomoedas estivessem avaliadas em apenas R$ 6,5 milhões na data, hoje a quantia é equivalente a R$ 2,3 bilhões. Independente do valor, as acusações de roubo contra a Fundação Ethereum são preocupantes.
A investigação sobre a Fundação Ethereum e o hack da corretora Gatecoin foram apresentadas por um perfil chamado TruthLabs nas redes sociais. Segundo informações, o perfil possui ligação com Steven Nerayoff, ex-conselheiro do Ethereum que recentemente prometeu desmascarar Vitalik Buterin, criador do ETH.
Fundação Ethereum enfrenta sérias acusações de roubo
A análise da TruthLabs é basicamente uma investigação on-chain, ou seja, acompanha a movimentações das criptomoedas entre endereços. Sendo assim, o relato afirma que os ethers (ETH) roubados da Gatecoin foram parar em um endereço financiado pela Fundação Ethereum.
“Prova do envolvimento da Ethereum Foundation no hack da Gatecoin em 2016, antes da exploração do [The] DAO”, iniciou o perfil TruthLabs. “Abaixo está um fio que mostra evidências de transações ligando a equipe do Ethereum aos 185 mil ethers (ETH) roubados da Gatecoin, que hoje vale mais de US$ 460 milhões.”
🚨🧵Proof of the Ethereum Foundations involvement in the Gatecoin Hack in 2016, prior to the DAO exploit 🚨
Below is a thread showing transactional evidence linking the Ethereum Team to the 185K Ether stolen from Gatecoin, now worth over $460M today. 👇
— TruthLabs 🫡 (@BoringSleuth) January 17, 2024
Iniciando sua explicação, o perfil dá destaque para o endereço 0x1342…8bd5f, listado pela própria Gatecoin como destino das criptomoedas de seus clientes. Seguindo, explica que investigou movimentações mais antigas dessa carteira, antes do hack, para descobrir quem a bancou.
Em uma série de tuítes, a TruthLabs aponta que os endereços da Fundação e do hacker possuem 3 loops entre si. Outro endereço citado é o 0x826…7c6e6, que pertenceria a um desenvolvedor, já que há alguns contratos criados por esse endereço.
“Como 0x556b estava financiando gas [ETH] para 0x8266 (hacker), isso implica que eles são a mesma pessoa ou estão intimamente relacionados”, comentou a TruthLabs. “Como 0x8266 interagiu apenas com 3 endereços, é seguro assumir que eles são, no mínimo, colegas de trabalho, se não a mesma entidade.”
“Abaixo, você pode ver um mapa forense básico, destacando que a Ethereum Foundation criou a carteira Eth Main, financiou a carteira 0x556b [e que] 0x556b enviou dinheiro de gas [ETH] para a carteira 0x8266, que foi o financiador original da carteira oficial dos hackers da Gatecoin, a 0x1342.”
Sobre o “gas”, o perfil refere-se a pequenas quantias em Ethereum, usadas para pagar pelas taxas de rede em transações e criações de contratos inteligentes.
Explicando os motivos pelos quais a Fundação Ethereum roubaria uma corretora, o perfil destaca que a própria empresa estimou, em setembro de 2015, que ficaria sem dinheiro em junho de 2016. “Eles estavam à beira de um colapso”, escreveu a TruthLabs.
“Sem dúvida, em minha mente, a Fundação Ethereum, ou um de seus membros da equipe principal, que estava trabalhando no desenvolvimento dos contratos posteriormente usados pelo infame [The] DAO, esteve envolvido no hack da corretora Gatecoin, roubando mais de 185.000 Ether.”
Without a doubt in my mind, the Ethereum Foundation, or one of its CORE Team members, who was working on developing the contracts later used by the exploited infamous DAO, was involved in the Hacking of GateCoin, which walked away with over 185K Ether.
— TruthLabs 🫡 (@BoringSleuth) January 17, 2024
Vitalik Buterin, criador do Ethereum, foi marcado por diversas pessoas na publicação, na esperança que o desenvolvedor comente sobre o assunto. Buterin não se pronunciou. A investigação completa pode ser encontrada no Twitter.
No momento desta redação, o ETH está sendo negociado a US$ 2.465, uma queda de 2,3% nas últimas 24 horas. No entanto, a baixa está ligada a queda do Bitcoin, que opera em queda de 4,3% no mesmo período, e não às denúncias acima.