Sam Bankman-Fried, fundador da falida corretora FTX, concedeu uma entrevista de 42 minutos para o jornalista Tucker Carlson na última semana. No entanto, fontes do The New York Times apontam que o ex-bilionário foi transferido para a solitária após a conversa.
Em vídeo, SBF falou sobre como é a vida na prisão, seu encontro com o rapper P. Diddy, também preso na mesma penitenciária, bem como questões mais voltadas à política, como o futuro das criptomoedas sob o governo Trump e sua possível saída da prisão.
Fundador da FTX fala sobre rapper P. Diddy
Questionado se tem feito amigos na cadeia e se teve contato com P. Diddy, Sam Bankman-Fried abriu um sorriso para responder.
“Ele está [aqui] e, não sei, ele tem sido gentil”, disse SBF, notando que existem diversos presos do alto escalão além deles dois.
“Honestamente, só conheci uma parte dele, que é o Diddy na prisão. Ele tem sido gentil às pessoas na unidade e a mim. É um lugar que ninguém deseja estar.”
Seguindo, o ex-bilionário aponta que o presídio também conta com pessoas condenadas a crimes menos sofisticados, como assalto à mão armada.
“Alguns deles estão pensando, ‘Nossa, isso é uma grande oportunidade de conhecer pessoas que eles nunca iriam conhecer de outro jeito’”, disse SBF, notando que eles alguns deles não falam inglês, mas são bons em jogar xadrez.
Ex-bilionário diz estar sem dinheiro e negociando ‘muffins’ na prisão
No passado, fontes relataram que o fundador da FTX estava usando peixes como moeda de troca dentro da prisão. Questionado sobre qual meio de troca ele está usando, o ex-bilionário falou sobre o assunto.
“Você sabe, é o que as pessoas tiverem. Muffins embalados em plástico.”
“Tipo, você vai a um posto de gasolina e no balcão tem uma tigela de plástico com vários muffins, cada um embalado individualmente, que ficaram ali por uma semana à temperatura ambiente”, explicou SBF. “Imagina um desses, esse é o padrão. Um pacote de sopa de macarrão instantâneo ou um pacote de peixe horrível em óleo, em temperatura ambiente.”
Bem-humorado durante toda conversa, SBF disse que não vê esses ‘muffins’ sendo uma moeda global ou que países criarão reservas de muffins. No entanto, devido ao seu conhecimento sobre ativos, apontou que eles são fungíveis, mas que não podem ser negociados em grande escala (US$ 200).
“A escala de tudo é tão diminuída na prisão. Você vê as pessoas brigando por causa de uma única banana. Não porque você se importa tanto com isso, mas porque o que mais há para canalizar sua preocupação?”
Em relação ao seu patrimônio, que já chegou a US$ 14,6 bilhões, SBF disse estar zerado. “Bem, basicamente não [tenho mais dinheiro]”, comentou. “A empresa que era minha — talvez ainda seja, não sei, faliu — não tinha intervenido. Hoje ela terá cerca de US$ 15 bilhões de passivos e cerca de US$ 3 bilhões em ativos.”
“Então a resposta deveria ser, em teoria, sim, tinha dinheiro para pagar todos [clientes] em espécie na época”, continuou, novamente alegando que a FTX não estava insolvente.
Por fim, SBF também falou sobre Donald Trump e a mudança de postura do governo americano. O ex-bilionário está tentando conseguir o perdão presidencial, no entanto, ele ficou famoso por apoiar o partido de Biden antes de ser preso.
A entrevista completa pode ser assistida no X.
Sam Bankman-Fried foi para a solitária após entrevista
Um dia após a conversa entre Sam Bankman-Fried e Tucker Carlson ser publicada nas redes sociais, o jornal The New York Times apontou que o ex-bilionário foi transferido para a solitária.
Segundo o texto, a legislação americana tem regras rígidas sobre quem pode se comunicar com os detentos e quais canais podem ser usados. Devido a isso, uma fonte do jornal apontou que SBF foi transferido para a solitária no próprio dia de seu aniversário (6 de março).
“Esta entrevista específica não foi aprovada”, disse um porta-voz ao NY Times, evitando comentários sobre esses rumores.