Artur Schaback, co-fundador da Paxful, declarou-se culpado por não estabelecer um programa anti-lavagem de dinheiro em sua corretora de criptomoedas. Segundo nota do Departamento de Justiça dos EUA, o executivo pode ser preso por até 5 anos pelo crime.
As denúncias apontam que a falta de KYC, sigla inglesa para Conheça Seu Cliente, permitiu que diversos criminosos utilizassem a plataforma. Isso inclui o uso da corretora para lavagem de dinheiro, violações de sanções e outras atividades criminosas como fraude, golpes de romance e extorsões.
Natural da Estônia, Schaback será sentenciado em novembro nos EUA e também está deixando o conselho administrativo da Paxful.
Corretora já havia saído dos EUA citando pressão regulatória
Em maio de 2023, a Paxful comunicava o encerramento de suas atividades nos EUA. No texto, a corretora afirmava que não poderia entrar em mais detalhes, mas informava a saída de alguns funcionários importantes de suas operações e os desafios regulatórios no país.
Ao que tudo indica, uma dessas saídas foi de Artur Schaback. Além de ser co-fundador da Paxful, ele também atuava como diretor de tecnologia da corretora.
“Schaback se declarou culpado de conspiração para intencionalmente não estabelecer, desenvolver, implementar e manter um programa eficaz de combate à lavagem de dinheiro conforme exigido pela Lei de Sigilo Bancário”, escreveu o Departamento de Justiça americano.
A corretora teria operado desta maneira entre 2015 a 2019, algo usado por Schaback como forma de marketing para atrair novos clientes para seu negócio.
Nas redes sociais, a Paxful reconheceu a prisão de seu co-fundador. No entanto, explicou que Schaback não tem mais nenhum envolvimento com a corretora e que melhorias no sistema de KYC foram implementadas.
“Atualmente, a Paxful é de propriedade e operada por seus acionistas, compostos principalmente por gerência e funcionários, e tem feito avanços significativos para melhorar os processos e procedimentos de conformidade, incluindo KYC, monitoramento, relatórios e triagem de sanções, para atender e superar os padrões da indústria e as expectativas regulatórias”, escreveu a corretora.
Por fim, embora a pena máxima seja de 5 anos, é difícil acreditar que Schaback ficará tanto tempo preso.
Isso porque outros casos semelhantes já foram julgados pelo governo americano. Um dos maiores exemplos foi o processo contra a BitMex, na qual seu fundador, Arthur Hayes, foi sentenciado a seis meses de prisão domiciliar.