Alex Mashinsky, fundador da Celsius Network, uma das principais empresas de empréstimos de criptomoedas que entrou em colapso durante o tumultuado ano de 2022, admitiu que sua empresa era, na verdade, uma fraude.
A declaração ocorreu na última terça-feira (3), durante uma audiência no tribunal distrital de Manhattan, perante o juiz John Koeltl. Com isso, Mashinsky, de 59 anos, evitou um julgamento agendado para janeiro de 2025.
As acusações aceitas por Mashinsky incluem fraude em commodities e manipulação de mercado envolvendo o token nativo da Celsius, o $CEL. Segundo os promotores, ele inflou artificialmente o preço do ativo e arrecadou US$ 42 milhões em lucros pessoais com a venda de suas participações no token.
Além disso, ele foi acusado de enganar investidores ao prometer retornos elevados enquanto ocultava os riscos financeiros enfrentados pela empresa.
A decisão de se declarar culpado vem meses após seu ex-diretor de receita, Roni Cohen-Pavon, admitir participação nos esquemas em setembro de 2023 e concordar em cooperar com as investigações.
O colapso da Celsius
Fundada em 2017, a Celsius Network foi uma das primeiras empresas a declarar falência em 2022, após uma forte desvalorização no mercado de criptomoedas.
O colapso começou com a corrida dos clientes para sacar seus fundos, agravada pelo aumento das taxas de juros e pela inflação global. Em meio à crise, a Celsius pediu proteção contra falência em julho daquele ano, deixando milhares de investidores incapazes de acessar suas economias.
A estratégia de negócios da Celsius era baseada em captar depósitos com promessas de taxas de juros atrativas, enquanto utilizava esses fundos para empréstimos a investidores institucionais.
Tal abordagem ficou insustentável com a queda nos preços das criptomoedas. Após sair da falência no início de 2024, a empresa mudou seu foco para mineração de Bitcoin, mas ainda enfrenta críticas pela forma como lidou com os fundos de seus clientes.
Mashinsky não é o único nome relevante do setor a enfrentar acusações criminais. A queda de empresas como a Celsius desencadeou investigações em várias jurisdições. Outro caso da época foi o de Sam Bankman-Fried, fundador da FTX, condenado em 2023 por roubar cerca de US$ 8 bilhões de seus clientes e sentenciado a 25 anos de prisão.