A Core Scientific, a maior empresa de mineração de bitcoin de capital aberto do mundo, sediada nos Estados Unidos, entrou com pedido de concordata na manhã desta quarta-feira (21).
Segundo a CNBC, a empresa ainda tem fluxo de caixa positivo. No entanto, os recursos não são suficientes para saldar dívidas de equipamentos alugados.
Em outubro, a Core Scientific fez um alerta aos acionistas para um possível esgotamento das reservas de caixa e seus equivalentes antes do final do ano. A empresa citou a queda de preço do bitcoin, o aumento nas tarifas de eletricidade e o aumento do hashrate da rede como culpados.
A liquidez da empresa também estava sob pressão devido aos custos legais e à falência de um dos seus maiores clientes , a Celsius Network.
Pedido de falência
Com o pedido de falência, a Core Scientific se junta a uma lista de outras mineradoras de criptomoedas que sucumbiram à queda do mercado e ao aumento dos preços da energia.
Há um mês, a mineradora de Bitcoin já havia insinuado sobre dores extremas em suas operações e crise de caixa devido às condições do mercado.
No final do terceiro trimestre deste ano, a Core Scientific registrou prejuízo de US$ 434,8 milhões. Em um relatório de novembro, a empresa novamente expressou dúvidas sobre sua capacidade de continuar suas operações.
Segundo documentos obtidos pela CNBC, a capitalização de mercado da Core Scientific caiu para US$ 78 milhões no final do pregão dessa terça-feira (20), despencando de uma avaliação de US$ 4,3 bilhões em julho passado desde a listagem na Nasdaq por meio de uma empresa de aquisição de propósito especial (SPAC).
Ações em queda
Fontes familiarizadas com as finanças da empresa esperam que ela chegue a um acordo com detentores de títulos seniores, que possuem a maioria de sua dívida.
Em seu comunicado no início de outubro, a Core Scientific disse que os detentores de suas ações ordinárias poderiam sofrer uma perda total de investimento. No entanto, o acordo da mineradora de Bitcoin com seus detentores de notas conversíveis é tal que, se as condições de mercado para o Bitcoin melhorarem, os detentores de ações ordinárias podem não ser totalmente prejudicados.
A Core Scientific estava minerando criptomoedas com algorítimo de prova de trabalho, como o Bitcoin, que precisa de maquinário e hardware de ponta, além de consumir muita eletricidade no processo.
No ano passado, o preço das ações da Core Scientific (NASDAQ: CORZ) despencaram 99%, perdendo mais de US$ 4 bilhões em avaliações.
As maiores concorrentes da Core Scientific, Marathon e Riot perderam 88% e 83% dos preços de suas ações este ano, respectivamente, o que significa que pode haver mais falências de empresas de mineração de bitcoin no horizonte.
A Argo Blockchain, com sede em Londres, alertou seus acionistas de que estava ameaçada por “dinheiro insuficiente” e não deu garantias de evitar a falência.
Em 2022, o setor de mineração de bitcoin entrou em um de seus piores mercados de baixa desde que o ativo digital surgiu em 2009, já que uma deterioração nas condições macroeconômicas em todo o mundo levou o valor do bitcoin ao seu nível mais baixo em 20 meses, no início de novembro.