Após o governo americano fechar o Signature Bank, alegando “risco sistêmico”, duas gigantes das criptomoedas assumiram exposição ao banco. Os valores são superiores a R$ 1 bilhão por cada empresa.
A primeira delas é a Coinbase, maior corretora de criptomoedas dos EUA e segunda maior do mundo. Através de um comunicado, a empresa afirmou possuir US$ 240 milhões (R$ 1,26 bilhão) no Signature.
“No fechamento dos negócios na sexta-feira, 10 de março, a Coinbase tinha um saldo de aproximadamente US$ 240 milhões em caixa corporativo na Signature”, disse a Coinbase em suas redes sociais. “Conforme declarado pelo FDIC, esperamos recuperar totalmente esses fundos.”
Indo além, vale lembrar que a Coinbase também possui ligação com a USD Coin (USDC), stablecoin que perdeu paridade com o dólar após a quebra de outro banco americano, o Silicon Valley Bank (SVB).
A segunda afetada pela quebra do Signature é a Paxos, emissora das stablecoins Binance USD (BUSD) e Pax Dollar (USDP). Segundo o comunicado oficial, a Paxos possuía exposição de US$ 250 milhões (R$ 1,31 bilhão) ao banco Signature.
“Atualmente, a Paxos detém US$ 250 milhões no Signature Bank e possui seguro de depósito privado bem acima de nosso saldo de caixa e limites do FDIC por conta”, comentou a Paxos em suas redes sociais. “Buscar seguro de depósito privado faz parte de nossa abordagem conservadora para gerenciar ativos de clientes que excedem os limites do seguro do FDIC.”
Stablecoins operam no limite
Enquanto a USD Coin (USDC) chegou a ser negociada a menos de US$ 0,90, as stablecoins emitidas pela Paxos também tiveram queda, mas não tão perceptíveis.
A Binance USD (BUSD) registrou uma mínima de US$ 0,995 na sexta-feira (10), mas subiu conforme investidores fugiam da USDC. Já a Pax Dollar (USDP), também emitida pela Paxos, teve uma queda maior, chegando a ser negociada a US$ 0,97 no final de semana.
Com a crise dos bancos tradicionais afetando as stablecoins, quem se beneficiou foi o Bitcoin. Após cair para US$ 20.000, o ativo ganhou 10% e já está sendo negociado por US$ 22.000 nas principais corretoras.
Afetados pela quebra do Signature, empresas esperam que governo resgate o banco
Como visto nas declarações iniciais, a Coinbase está esperando que o Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC) resgate o banco Signature e processe os pedidos de saques de todos seus clientes. O mesmo vale para o fechamento do Silicon Valley Bank (SVB) que afetou a stablecoin USDC.
Já a Paxos mostrou uma mitigação de riscos ainda melhor já que possuía um seguro privado para não depender da boa vontade do governo.
Portanto, tudo indica que nenhuma dessas duas gigantes será afetada pela quebra no setor bancário. De qualquer forma, investidores seguem desconfiados com a exposição de corretoras a bancos e continuam convertendo suas economias em moedas descentralizadas como Bitcoin.