Um grupo de onze turistas israelenses, que estavam aproveitando sua hospedagem na Costa Rica, foram abordados por ao menos oito criminosos e tiveram R$ 3,8 milhões em Bitcoin roubados.
O assalto aconteceu em Santa Teresa de Cóbano, em Puntarenas, conhecido por suas praias paradisíacas. No vídeo mostrado pelo canal costa-riquinho Teletica, as vítimas aparecem com mãos e pés amarrados enquanto estão deitados de bruços.
Segundo Michael Soto, vice-diretor do Organismo de Investigação Judicial (OIJ) da Costa Rica, os criminosos chegaram ao local em dois carros de luxo e dão a impressão de que possuem treinamento policial devido à maneira da abordagem.
A suspeita é que a quadrilha obteve informações privilegiadas, sabendo que os turistas possuíam criptomoedas. “Eles estavam muito seguros sobre o que estavam procurando”, comentou Soto.
“São pessoas que têm um conhecimento prévio do que vão fazer, não é por acaso, mas sim já há toda uma preparação logística no assunto, com uma ordem na entrada, e é muito bem estruturado.”
Finalizando, Soto se mostra preocupado com a imagem que turistas terão sobre a Costa Rica após a notícia. No entanto, afirmou estar comprometido em identificar e prender os criminosos.
Desenvolvedor do Bitcoin comenta assalto
Nas redes sociais, o desenvolvedor Jameson Lopp comentou sobre o assunto, notando que as vítimas podem ter atraído a atenção dos criminosos por revelar que são investidores de Bitcoin.
“Os entusiastas do Bitcoin têm essa tendência de falar sobre Bitcoin.”
Bitcoiners have this tendency to talk about Bitcoin.
— Jameson Lopp (@lopp) August 9, 2024
Também CEO da Casa, empresa focada em soluções de auto-custódia de Bitcoin, Lopp afirmou que uma das soluções para se proteger desses roubos físicos é a “distribuição de suas chaves privadas”, algo oferecido por eles.
No Github, o desenvolvedor também mantém um acervo de notícias sobre crimes contra investidores de Bitcoin. Segundo os registros, esse é o 10º caso que acontece em 2024, apresentando uma queda desde 2021.
O primeiro de todos aconteceu com Hal Finney, tido por muitos como o criador do Bitcoin, ainda em 2014, quando a SWAT invadiu sua casa devido a um trote, que funciona como uma extorsão.
Dos 162 crimes registrados, 3 deles aconteceram no Brasil, um em 2017 e os outros dois em 2021, anos em que o Bitcoin rompeu seu topo histórico. Portanto, esse é mais um indício de que os criminosos podem focar nesses investidores devido ao assunto estar em alta, tanto pelas vítimas quanto por terceiros.
Por fim, todos esses casos são um lembrete para outros investidores buscarem soluções de segurança e, sobretudo, manter um perfil discreto sobre seus ganhos. Afinal, ao contrário de transações bancárias, transações de criptomoedas não possuem limites e são irreversíveis.