O mercado de criptomoedas começou a semana em queda, com investidores reagindo ao impacto de novas tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o Canadá, México e a China.
O Bitcoin (BTC) caiu abaixo dos US$ 100.000 no domingo e, na manhã desta segunda-feira (3), chegou a ser negociado a US$ 92.500, acumulando uma queda de 8%.
O Ethereum (ETH) despencou quase 20% e está sendo negociado abaixo dos US$ 2.500, enquanto a Solana (SOL) caiu 7%, para US$ 193. A XRP teve um dos piores desempenhos, com uma queda de 23%, sendo negociada a US$ 2.
A turbulência começou após o anúncio de Trump de tarifas de 25% sobre produtos do Canadá e México, além de uma tarifa adicional de 10% sobre importações da China.
Justificada com base na Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional, a decisão busca conter a imigração ilegal e a crise do fentanil, segundo o governo norte-americano.
No entanto, economistas e analistas políticos criticam a medida, que já foi chamada de “a guerra comercial mais estúpida da história” em editorial do Wall Street Journal.
A União Europeia prometeu retaliação caso as tarifas sejam estendidas aos países do bloco, enquanto Canadá e México já preparam impostos sobre produtos americanos.
O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, anunciou tarifas sobre US$ 155 bilhões em importações dos Estados Unidos.
Além do impacto direto nas criptomoedas, os mercados globais também sentiram o peso da medida. Dados da CoinGlass mostram que mais de US$ 1,3 bilhão em posições long foram liquidadas nas últimas 12 horas — US$ 400 milhões em ETH e US$ 300 milhões em BTC.
O projeto cripto World Liberty Financial (WLFI), ligado à família Trump, também foi atingido, com uma queda de 20% nos investimentos do mês de janeiro, segundo informações da SpotOnChain.
Até mesmo a memecoin TRUMP, que costuma acompanhar eventos políticos envolvendo o ex-presidente, caiu 12%.
A situação do mercado segue volátil, com a possibilidade de novas quedas caso os investidores continuem reduzindo sua exposição a ativos de risco.
“Os mercados estão reagindo com pânico inicial, mas, historicamente, o Bitcoin tem mostrado resiliência em momentos de incerteza econômica”, destacou um analista da Bloomberg.
A chave para a recuperação pode estar na postura do Federal Reserve em relação à política monetária e na evolução da guerra comercial. Caso os bancos centrais optem por medidas mais agressivas para conter os impactos da inflação, o BTC pode retomar sua trajetória de valorização.
No momento da redação deste artigo, o Bitcoin segue estável em torno de US$ 93.900, mas o mercado ainda aguarda novas reações às tarifas e eventuais contra-ataques de outros países.
Para investidores de longo prazo, a queda pode representar uma oportunidade de acumulação, enquanto traders de curto prazo devem se preparar para maior volatilidade nas próximas semanas.
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