Hacker que vendeu por criptomoedas músicas inéditas do Coldplay, Shawn Mendes e outros artistas é condenado a prisão

Justiça da Inglaterra anunciou condenação e disse que caso é um marco no combate a pirataria e proteção de direitos autorais. Hacker tinha músicas inéditas de vários artistas famosos e vendia pela dark web os conteúdos.

O Serviço de Promotoria da Coroa da Inglaterra divulgou que um hacker que obtinha criptomoedas em troca de vender músicas pela deep web foi condenado a prisão.

Skylar Dalziel, de 22 anos, morador(a) de Luton, foi condenado(a) nesta sexta-feira (3 de janeiro de 2025) a 21 meses de prisão, pena suspensa por 24 meses, por envolvimento na comercialização de músicas inéditas e roubadas de artistas renomados.

O julgamento ocorreu no Tribunal de Luton, onde Dalziel recebeu a culpa por 14 crimes relacionados à compra e venda de músicas protegidas por direitos autorais sem a autorização de artistas ou gravadoras.

Hacker vendeu por criptomoedas músicas inéditas do Coldplay, Shawn Mendes e vários outros artistas famosos

A investigação, conduzida pela Unidade de Crimes de Propriedade Intelectual da Polícia de Londres (PIPCU), começou em junho de 2022 após uma denúncia da Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI).

A Associação da Indústria Fonográfica da América (RIAA) forneceu provas de que Dalziel adquiriu seis faixas inéditas na dark web, utilizando Bitcoin para as transações. As músicas pertenciam a três gravadoras diferentes e nunca haviam sido lançadas oficialmente.

Assim, uma operação de busca na residência de Dalziel revelou a extensão da atividade ilegal. As autoridades encontraram diversos discos rígidos contendo milhares de músicas inéditas, incluindo faixas de artistas como Coldplay, Shawn Mendes, Melanie Martinez, Taylor Upsahl e Bebe Rexha. A polícia estima que Dalziel tenha lucrado cerca de £35.000 (aproximadamente $45.000) com a venda dessas músicas na dark web.

Richard Partridge, promotor do Serviço de Promotoria da Coroa, destacou o impacto negativo das ações de Dalziel. “O réu demonstrou total desrespeito pela criatividade e trabalho duro dos músicos, além de ignorar os prejuízos financeiros causados às gravadoras e seus funcionários“, afirmou. Partridge também reforçou que as atividades de Dalziel foram motivadas por interesse próprio, prejudicando toda a cadeia produtiva da música.

“Condenação é uma mensagem de que temos a capacidade de rastrear atividades criminosas”, diz detetive do caso

O detetive Daryl Fryatt, da PIPCU, afirmou que o roubo de materiais protegidos por direitos autorais é um crime grave que ameaça os meios de subsistência de artistas e profissionais da música. Ele ainda destacou o impacto econômico desse tipo de crime, que contribui para mais de 80 mil perdas de empregos anuais. “A sentença de hoje é uma mensagem clara de que temos as ferramentas e a capacidade de rastrear e responsabilizar criminosos cibernéticos“, declarou Fryatt, acrescentando que a polícia agora trabalha para identificar cúmplices internacionais.

Além da pena de prisão suspensa, Dalziel foi sentenciado(a) a 180 horas de trabalho comunitário, 10 dias de atividades reabilitativas e à destruição de todos os equipamentos utilizados nos crimes.

Vale o destaque que, no Brasil, uma operação recente também capturou um hacker que roubou músicos sertanejos famosos com uma prática similar.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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