A Redfin, agente imobiliário listado na bolsa Nasdaq, informou que o mês de março foi recorde nas 400 regiões metropolitanas em que atua. Na média, 46% dos imóveis foram vendidos em menos de uma semana.
A mediana foi de 25 dias, outro recorde jamais visto. Os investidores se questionam se esse “sucesso” de vendas é um fenômeno causado pelo crescimento econômico, ou reflexo dos pacotes de estímulo econômicos.
Refin intermedia compra, venda, e aluguel de imóveis. Fundada em 2004, a empresa sediada em Seattle fez sua abertura de capital (IPO) em bolsa em 2017.
Com valor de mercado de US$ 6,8 bilhões, atua quase em todo território norte-americano, além de parte do Canadá.
No mês de março, a média de preço ficou em US$ 352 mil, máxima histórica, alta de 16% em relação ao mesmo período de 2020. Já o número de imóveis vendidos ficou 5% acima do ano anterior.
O mais curioso é que 46% dos negócios foram fechados em menos de uma semana, e 58% em menos de 15 dias. A demanda por visitas subiu 147% ante o ano anterior.
Sem dúvidas, o mercado imobiliário, assim como o de ações, está mais demandado do que nunca. É importante considerar as taxas de juros negativas, ou próximas de zero nas principais potências econômicas.
Além disso, os pacotes de estímulo superaram 8 trilhões de dólares nos últimos 12 meses. Ou seja, os dados estão mascarados por uma enxurrada de liquidez, dinheiro entrando em circulação.
Não. Se considerarmos o aumento do dinheiro em circulação, na realidade não houve alta de preços. Mesmo que ainda não tenha ocorrido inflação propriamente dita, dado que a demanda está reprimida, o preço dos ativos sobe.
Repare no gráfico acima como houve uma expansão de 22% do capital em circulação nos últimos 12 meses. O objetivo do governo era que empresas investissem em produção, e ao mesmo tempo estimular o consumo da população, mas não foi o que ocorreu.
Na realidade, empresas e pessoas físicas buscaram proteção da inflação nas ações de empresas, imóveis, e Bitcoin. Ou seja, houve uma inflação de ativos escassos, que já é percebida nas matérias-primas, incluindo aço e madeira.
Não. Este é um mito que já foi derrubado, e até mesmo os EUA já passaram por períodos de “stagflation”, inflação com alta do desemprego e produção em queda.
Por esse motivo, os investidores têm razão em buscar proteção contra a inflação, ao menos enquanto a taxa de juros da renda fixa estiver tão baixa.
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